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Por Raul Juste Lores
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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#SPsonha: é hora de redescobrir a Freguesia do Ó

Com charme e forte apelo boêmio, a área da Zona Norte ficaria mais atrativa com pequenas mudanças

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 dez 2019, 15h15 - Publicado em 20 dez 2019, 06h00

Casinhas rústicas, equilibradas em morros, com vista privilegiada da cidade foram descobertas e valorizadas mundo afora, de Seul a Istambul, com escala no carioca morro de Santa Teresa. Quanto melhor a paisagem ou o clima de cidade do interior em plena metrópole, maior o apelo para abrigar barzinhos, restaurantes, “rooftops” e cafés, que geram empregos, movimento (especialmente à noite), enfim, a segurança que ruas vazias não proporcionam.

Pizzaria Bruno, de 1939: vista desimpedida no alto (Raul Juste Lores/Veja SP)

Por isso, é hora de sonhar com uma redescoberta da Freguesia do Ó, na Zona norte paulistana. A topografia e o charme já estão lá, mas a recessão desta última década perdida para a economia brasileira fez muitas vítimas na antes área boêmia.

Bar Oh Freguês: com vista (Raul Juste Lores/Veja SP)

O Frangó, no largo da matriz, continua com seu magnetismo etílico e suas famosas coxinhas, o veterano empório nordestino ainda oferece uma carne de sol saborosa, e a vizinha pizzaria Bruno mantém as pizzas de massa crocante, já com oitenta anos de tradição (abriu em 1939, meses antes do início da II Guerra Mundial).

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Imóveis que já abrigaram bares e restaurantes na Freguesia com as onipresentes placas de aluga-se e vende-se (Raul Juste Lores/Veja SP)

Um raro recém-chegado esperto por ali, com menos de dois anos de funcionamento, é o barzinho Oh Freguês, um dos poucos a tirar partido da vista daquelas terras altas. Dos mesmos proprietários do High Line, na Vila Madalena, tem um terraço ao ar livre. Entretanto, há diversos imóveis que antes abrigavam bares e restaurantes com as tristes placas de aluga-se e vende-se. o movimento, que era intenso até de segunda a domingo, restringiu-se aos fins de semana. Mesmo as casas tradicionais se ressentem da queda de frequentadores.

Placas de aluguel e venda (Raul Juste Lores/Veja SP)

Algumas pequenas mudanças já poderiam melhorar a atratividade da Freguesia. A iluminação e a sinalização do bairro carecem de reforço, e o cardápio de atrações também suplica um upgrade (dificilmente alguém vai viajar para outro bairro atrás de previsíveis botecos com televisores enormes passando competições esportivas em volume alto). A música ao vivo, quando necessária, também precisa melhorar.

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(Raul Juste Lores/Veja SP)

A zeladoria do Largo da Matriz do Ó fica devendo. No longínquo 1997, a prefeitura prometia revitalização e incluiu o largo no concurso de ideias “São Paulo, eu te amo”, organizado em conjunto com o Instituto dos Arquitetos do Brasil. O projeto vencedor, porém, jamais foi executado. Obras de orçamento modesto não costumam empolgar os políticos, e continuidade não é o forte da gestão pública.

Condomínios de arquitetura genérica circundam área histórica (Raul Juste Lores/Veja SP)

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 25 de dezembro de 2019, edição nº 2666.

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