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Por Raul Juste Lores
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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SP Sonha: a pobre oferta de alimentos nas estações de metrô e ônibus

No enorme Terminal Barra Funda, o passageiro encontra só frituras e doces. Esses desertos alimentares custam bem caro aos cofres públicos

Por Raul Juste Lores
Atualizado em 12 abr 2019, 06h00 - Publicado em 12 abr 2019, 06h00

Cerca de 400 000 pessoas passam por dia pelo Terminal Barra Funda, entre rodoviária, metrô e trens da CPTM. Depois de uma longa jornada de trabalho, e antes da cansativa volta para casa, muita gente aproveita para enganar a fome. Com raríssimas exceções, o cardápio espalhado pelo segundo maior terminal da cidade oferece frituras, de coxinhas a croquetes, alguns doces e diversos produtos industrializados, como batata frita, sucos e guloseimas de caixinha. Como costuma dizer a chef e expert Rita Lobo, são aqueles ultraprocessados cheios de ingredientes com nome estranho, que sua avó jamais consideraria alimento. Ela tem razão.

Opções saudáveis para quem frequenta os terminais de transporte público ainda são bem escassas (Raul Juste Lores/Veja SP)

No Brasil, o gasto público com saúde só tende a disparar nos próximos anos, e não apenas pelo envelhecimento da população, que está vivendo cada vez mais. Nossos hábitos alimentares têm piorado bastante. Quem precisa se alimentar diariamente em estações de metrô e de ônibus (mas não só nelas) ingere bombas calóricas com capacidade para congestionar a mais saudável das artérias. Doenças cardiovasculares estão à espreita, ainda mais em gente sem tempo para se exercitar. Os desertos alimentares custam bem caro aos cofres públicos — não há SUS que consiga atender tanta gente mal alimentada.

Frituras, pacotes de batatinha e ultraprocessados em geral onipresentes (Raul Juste Lores/Veja SP)

Como muitas frutas são bem mais baratas que os pacotinhos de batatinha ultraprocessada, valeria a pena começar já a abrir espaços para produtores, feirantes e lojistas que pudessem melhorar a oferta — mais concorrência gastronômica nos terminais ajudaria. Sabe-se que a conversa entre órgãos do mesmo governo é uma raridade, mas seria saudável que as secretarias de Agricultura e Transportes Metropolitanos se sentassem juntas. Talvez também com a pasta da Educação, questionada sobre a qualidade dos produtos que compõem a merenda escolar.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 17 de abril de 2019, edição nº 2630.

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