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Por Raul Juste Lores
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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#SPSonha: como seria o Memorial da América Latina integrado ao entorno

Projeto do escritório FGMF levaria um hotel, centro de compras, rampas ajardinadas e praça à região

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 fev 2020, 13h56 - Publicado em 20 jul 2018, 06h00

A então prefeita Luiza Erundina ameaçou impedir, em março de 1989, a inauguração do Memorial da América Latina por falta de alvará. O arquiteto Oscar Niemeyer afirmou ter “dó da prefeita”. A deputada Clara Ant chamou a obra de “imoral e ilegal”. Pai da extravagância, o governador Orestes Quércia também ameaçou reter o ICM da prefeitura.

O complexo, erguido num terreno de 78 000 metros quadrados (três vezes o da Praça Roosevelt), custou 360 milhões de reais em valores atualizados, dez vezes o valor original — foi construído em um ano e meio, com 2 000 operários. Nota-se a pressa: o conjunto foi repintado duas vezes nos primeiros dois anos. A estufa, conhecida como Salão de Atos, teve de ganhar filtros solares para proteger um mural de Portinari, e a galeria de arte nunca demonstrou ser funcional.

(Lourenço Gimenes/Divulgação/Veja SP)

Tomie Ohtake, defensora da obra, viu uma tapeçaria sua de 850 metros quadrados ser retalhada para a instalação — não prevista — do ar-condicionado no auditório. Irremovível, ela ficaria pairando no cenário das peças (sem acústica nem coxia, o espaço não virou teatro). Somente meses após a inauguração foi nomeado um conselho curador, com os secretários quercistas Fernando Morais e Luiz Gonzaga Belluzzo. Por quase duas décadas, o Parlatino foi ocupado apenas duas vezes por ano.

À época, arquitetos elogiavam. Lina Bo Bardi disse que o projeto era generoso e que “funcionalidade é para hospital, não para um memorial”. Ruy Ohtake afirmava que o Memorial era “proporcional a São Paulo, talvez até modesto”.

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(Lourenço Gimenes/Divulgação/Veja SP)

Os tempos mudaram. Os arquitetos do escritório FGMF fizeram uma proposta para alterar a ilha desértica. A Estação Barra Funda teria hotel, centro de compras e rampas ajardinadas até o Memorial. Sairiam de cena as grades que o isolam e a rua que o corta no meio. As vizinhas faculdades Uninove e Unesp, mais os fóruns criminal e trabalhista, ganhariam uma grande praça, que nunca surgiu nessa pouco inspirada obra de Niemeyer, projetada trinta anos após Brasília.

Confira fotos do Memorial:

(Raul Juste Lores/Veja SP)
(Raul Juste Lores/Veja SP)
(Raul Juste Lores/Veja SP)
(Raul Juste Lores/Veja SP)
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