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Zezé Motta critica campanha de papel higiênico preto

"Respeito, por favor", pediu a atriz. Marina Ruy Barbosa também voltou a falar do assunto depois de apagar o primeiro post sobre o tema

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 out 2017, 22h12

A atriz Zezé Motta usou o Instagram para falar da polêmica envolvendo o papel higiênico preto da marca Personal. O uso do slogan ‘Black is Beautiful’ – cunhado pelo movimento negro dos EUA nos anos 60 – foi alvo críticas e acusações de racismo.

“Não estou aqui para julgar uma atriz que faz campanha enrolada em um papel higiênico preto. Cada um faz e aceita o trabalho que melhor lhe convém“, explicou a atriz, fazendo referência a Marina Ruy Barbosa. Ela relembrou uma ida ao Estados Unidos que a fez entender melhor o movimento, que a criticou por encenar uma peça em que usava uma peruca lisa.

“Um grupo de militantes negros ficou chocado. Era o auge do ‘Black is Beautiful’, e a gente tinha que manter as características originais da raça”, relatou. Ela contou ainda que a convivência a ajudou a se aceitar como negra e refletir sobre seu comportamento e as questões raciais no Brasil.

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“Reparava que os negros americanos andavam de cabeça erguida. Não tinha essa postura subserviente que eu sentia no Brasil e em mim mesma. Essa viagem teve essa importância de fazer com que eu enxergasse meu país de fora. Voltei ao Brasil. E cheguei pensando: Agora ninguém me segura”, contou.

“Para uns pode parecer bobagem, mas para mim e para milhares de negras que viveram em plena década de 70, ‘Black is Beautiful’ foi algo extraordinário, passamos a nos aceitar, a nos empoderar. E não posso achar interessante uma campanha de papel higiênico preto (tá, tudo bem, sem nenhum problema, pois preto é uma cor, até aí, nenhuma ‘criatividade’ como essa me choca mais), ser VENDIDA COMO BLACK IS BEAUTIFUL. RESPEITO, POR FAVOR”, completou.

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Não estou aqui para julgar uma atriz que faz campanha enrolada em um papel higiênico preto. Cada um faz e aceita o trabalho que melhor lhe convém. Mediante a tantas ligações e mensagens, gostaria apenas de esclarecer o que muitos ainda não sabem, quanto a importância do #BlackisBeautiful. Tenho propriedade para falar sobre o assunto, vi com meus próprios olhos, sei o que foi dentro de mim. Foi em 1969, viajei aos Estados Unidos com o grupo do Augusto Boal para encenar Arena Conta Bolívar e Arena Conta Zumbi. Ficamos três meses na estrada. Fomos também ao México e ao Peru. Eu tinha comprado uma peruca lisa chanel e representava com ela. Quando nos apresentamos no Harlem, um grupo de militantes negros ficou chocado com o fato de eu usar peruca. Era o auge do black is beautiful, e a gente tinha que manter as características originais da raça. O Boal ainda me defendeu, disse que eu era engajada e tudo o mais. Nesse dia, voltei para o hotel, tomei um banho demorado e deixei meu cabelo voltar ao natural. É que, além da peruca, eu fazia alisamento com pente quente. Ali eu comecei a me aceitar como negra. Saía nas ruas do Harlem e reparava que os negros americanos andavam de cabeça erguida. Não tinha essa postura subserviente que eu sentia no Brasil e em mim mesma. Essa viagem teve essa importância de fazer com que eu enxergasse meu país de fora. Voltei ao Brasil. E cheguei pensando: Agora ninguém me segura! Isso, porque na adolescência tive a fase de embranquecimento. Minhas amigas diziam: “Seu nariz é chato, seu cabelo é ruim, sua bunda é grande”. E aí comecei a não gostar de nada em mim… Descobri que era questão da autoestima bem resolvida. Para uns pode parecer bobagem, mas para mim e para milhares de negras que viveram em plena década de 70, Black is Beautiful foi alto extraordinário, passamos a nos aceitar, a nos empoderar, e não posso achar interessante uma campanha de “papel higiênico” PRETO (tá, tudo bem, sem nenhum problema pois preto é uma cor, até aí, nenhuma “criatividade” como essa me choca mais), ser VENDIDA COMO BLACK IS BEAUTIFUL. RESPEITO, POR FAVOR…

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Marina Ruy Barbosa também voltou a falar do assunto. Depois de apagar o primeiro post sobre o tema, ela publicou nesta terça (24) um pedido de desculpas em nome da marca. “Lamento profundamente que algumas pessoas tenham interpretado o trabalho publicitário da Santher de forma diferente do que foi idealizado. Tenho certeza de que essa nunca tenha sido a intenção da marca e das pessoas que criaram esta ação, a de seguir por este caminho polêmico ou desrespeitar qualquer tipo de pessoa”, escreveu.

A frase foi removida de todos os materiais da campanha depois da repercussão negativa.

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