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Pai escreve carta tocante para bebê que rejeitou ao nascer

"Minha depressão não se importava se você era uma menina boa ou má", escreveu

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 abr 2018, 19h39

Um homem galês vem comovendo internautas com um texto nada óbvio – e muito sincero – sobre um problema que muitos pais preferem guardar em segredo. Em uma carta para sua filha de onze meses de idade, ele explica por que a “odiava” durante os seus primeiros três meses de vida. Ross Hunt conta para a pequena Isabelle que “não sentiu nada” quando ela nasceu e que rapidamente acreditou que ela estaria “arruinando a vida” dele.

Enquanto encarava a rotina da paternidade – trocando fraldas, vestindo e dando banho na criança – ele diz ter lutado para criar laços com a garotinha. O motivo: uma depressão que o derrubou logo depois do nascimento. Para tentar lidar com o problema de saúde, ele escreveu um depoimento emocionado para ser lido no futuro pela filha. “Pode não parecer muito legal, mas, nas suas primeiras semanas de vida, eu não gostava muito de você”, revelou.

Confira a carta na íntegra:

Isabelle,

Esta será uma carta muito difícil de ser escrita. Mas provavelmente a leitura do texto provocará uma dor ainda maior.

Não se preocupe, no entanto. Eu estarei com você enquanto você estiver lendo este texto. Não deixarei que você descubra nada disso por sua própria conta. Quero estar presente com você enquanto você lê o que tenho a dizer.

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Neste momento, você tem onze meses de idade, e escrevo isso enquanto você ainda não faz a menor ideia do que pode acontecer com o nosso futuro.

Eu só queria ter algo a adicionar à sua pilha de cartas. Algo sobre este assunto difícil. Depois da leitura, conversaremos sobre isso.

Além disso, quero que essa mensagem parta de mim. Não quero que você descubra isso por outra pessoa.

Quando você nasceu, eu tive um problema chamado de depressão pós-nascimento. Não sei quantos anos você tem agora, neste momento em que você está lendo esta carta. Não sei o que você sabe sobre depressão. Não sei se você vai entender o que aconteceu.

De qualquer maneira, vou falar tudo para você.

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Isso pode soar péssimo, mas nas suas primeiras doze semanas de vida eu não gostava muito de você. 

Algumas das coisas que vou escrever serão de difícil leitura. Mas preciso ser honesto. Havia momentos em que eu odiava você.

Eu me arrependia por ter sentido tanto ódio e por ter imaginado que você havia arruinado minha vida simplesmente por ter nascido. Deve ser difícil ler isso, mas, acredite: também é muito difícil escrever.

O estágio da sua vida em que você era bebê foi muito difícil para mim.

Não sou um pai perfeito. Ainda luto às vezes. Queria que tudo tivesse acontecido facilmente. Não foi o que ocorreu.

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Mas posso garantir: esses sentimentos não são o que sou inteiramente. Existe algo dentro do seu papai que se chama depressão. Algo que esteve comigo por muito tempo e que possivelmente permanecerá aqui de alguma forma.

Nunca imaginei, no entanto, que a depressão me faria odiar você.

Depressão pode fazer com que uma pessoa pense coisas horríveis, sem se controlar. Pode fazer com que a pessoa se sinta infeliz, raivosa ou até pior: pode fazer com que a pessoa não sinta coisa alguma. E foi o que aconteceu comigo.

Nada foi sua culpa. Não quero que você se sinta culpada. Você era uma bebê fantástica e espero que tenha se transformado numa criança extraordinária.

Minha depressão não se importava se você era boa ou má. Ela apenas estava me dizendo para não te amar. E para correr de tudo.

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Para minha sorte, não dei ouvidos para ela. Minha vida teria sido muito diferente se isso tivesse ocorrido.

Lá no fundo, debaixo do meu ódio, do meu medo e da minha depressão, existia um amor que eu sabia que estava lá.

Esse amor, aliado ao auxílio da sua mãe, fez com que eu seguisse em frente.

Espero que o que exista entre nós hoje, quando você lê esta carta, seja incrível.

Espero que nos amemos muito e que conversemos sobre todas as coisas. E que ainda estejamos juntos como uma família feliz.

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Seja lá o que estiver acontecendo na sua vida, saiba disso: não importa o quão mal eu tenha me sentido naquela época. Eu sempre irei te amar.

Esta carta foi apenas uma maneira de iniciar uma conversa.

Com amor,

Seu pai.

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