Bruno Covas pode deixar para João Doria decisão sobre lockdown
Prefeito acredita que medida de isolamento teria efeito nulo caso fosse decidida de forma isolada
O prefeito Bruno Covas pode deixar para o governador João Doria a decisão de decretar lockdown em São Paulo. Segundo interlocutores da gestão municipal, não faria sentido isolar a cidade e deixar a Região Metropolitana de fora. Nos últimos dias, Covas tem dito que se técnicos da saúde fizessem a recomendação de isolamento, ele não hesitaria em criar um decreto mais restritivo. Agora, no entanto, a tendência é deixar a decisão (e o ônus de se explicar) para o governador.
Nesta quinta-feira, Doria escreveu no Twitter que “mais uma vez, o presidente Bolsonaro deixa de defender a saúde dos brasileiros para atacar quem está trabalhando para proteger vidas. Prefere comícios, andar de jet ski, treinar tiros e fazer churrasco. Enquanto milhares de brasileiros morrem por coronavírus”.
A resposta do tucano ocorreu pouco depois de o presidente dizer em uma live com empresários que estava na hora de “jogar pesado” contra o governador paulista. “Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, está decidindo o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado, jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo”, disse o presidente.
Segundo o jornal O Globo, o governo estadual estuda a possibilidade de decretação de lockdown na sexta-feira (15). A informação não foi confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes. A quarentena no estado foi prorrogada na semana passada até o dia 31 de maio.
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Na quarta (13), Bruno Covas foi internado no Hospital Sírio Libanês após sentir desconfortos abdominais. Ainda não se sabe se as dores têm relação com a doença que acometeu o prefeito no fim ano passado. Desde então, o tucano passou por sessões de quimioterapia e segue tratamentos secundários para extirpar um câncer no trato digestivo.
Nas últimas semanas a relação dos governos estadual e municipal, ambos do PSDB, sofreu alguns desgastes por causa de decisões unilaterais. Na última segunda (11), o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, reclamou publicamente do colega Edson Caram (Transportes do município) após a cidade criar o rodízio de veículos para placas pares e ímpares. Segundo Baldy, o estado, responsável pela gestão dos trens e metrôs, não ficou sabendo da decisão de forma antecipada. Posteriormente, Covas disse que avisou ao vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), sobre as medidas.