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Entrevista com Nina Becker: cantora fala sobre o ótimo disco Gambito Budapeste

A cantora Nina Becker e o músico e Marcelo Callado passaram a virada de 2010 para 2011 em Brejal, na região serrana do Rio de Janeiro. Como a previsão era de chuva, o casal levou para lá um computador e um gravador, com a ideia de registrar algumas composições. De volta à capital fluminense, eles enviaram […]

Por Leonam Bernardo
Atualizado em 27 fev 2017, 12h13 - Publicado em 10 ago 2012, 07h00

Nina Becker e Marcelo Callado: cotidiano do casal pontua o trabalho (Foto: Jorge Bispo)

A cantora Nina Becker e o músico e Marcelo Callado passaram a virada de 2010 para 2011 em Brejal, na região serrana do Rio de Janeiro. Como a previsão era de chuva, o casal levou para lá um computador e um gravador, com a ideia de registrar algumas composições. De volta à capital fluminense, eles enviaram uma amostra para o produtor Carlos Eduardo Miranda, que os incentivou a dar continuidade ao trabalho. No domingo (12), eles lançam o gracioso disco Gambito Budapeste no Auditório Ibirapuera. As canções têm como tema o cotidiano dos dois e tratam de amor, saudade e troca de experiências. “É uma mistura de nós”, diz Nina, prestes a entrar no oitavo mês de gravidez. “Tem o folk dele e a delicadeza de minhas composições.” Na estreia, além de apresentar as treze faixas do álbum, entre elas as belas Cadê Você? e Saudade Vem, a dupla mostra versões para Salto no Escuro (Jorge Mautner e Nelson Jacobina), Viver por Você (banda Caviar com Rapadura) e Baby It’s You (Burt Bacharach). Um quarteto faz o acompanhamento. Confira a entevista com a cantora:

No tempo livre, vocês costumavam tocar e compor?

A gente se conhece há muitos anos, porque ele tocava bateria na minha banda desde 2004. Fazíamos músicas juntos e rolava uma parceria legal. Depois que o nosso relacionamento começou, acho que isso só se intensificou. Passamos a fazer música em casa. As parcerias se tornaram mais recorrentes.

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O que os motivou a gravar um disco?

A gente fazia as músicas sem pretensão. Mas fomos passar a virada de 2010 para 2011 no meio do mato, em Brejal. Íamos ficar oito dias longe da internet e da civilização. Como a previsão era de chuva, resolvemos levar um notebook, um microfone e alguns instrumentos para gravar. Quando voltamos para o Rio de Janeiro, demos continuidade aos registros em casa mesmo. Chegou certo momento, em que decidimos enviar os arquivos para o Miranda, que é o co-produtor do disco, para saber o que ele achava. Ele disse: ‘Cara, isso é um disco de vocês’.  O Miranda entendeu que poderia ser um disco nosso por ter essa temática do cotidiano e músicas que um fez para o outro. Entramos na pilha e começamos a pensar em um CD.

Como foi gravar em casa?

Na verdade, estávamos com o estúdio marcado para regravar tudo direitinho. Faltando dois dias, o Miranda ligou dizendo que estava tudo errado e que o disco caseiro estava com a nossa cara. Disse que nunca conseguiríamos o mesmo efeito se gravássemos em um estúdio. Ele identificou que estávamos tirando um som legal e deu vários conselhos, como comprar um afinador bom.

Nina Becker: ““tem o folk dele e a delicadeza de minhas composições” (Foto: Arquivo pessoal)

As participações especiais também foram gravadas em casa?

Também. A gente convidava assim: ‘Pedro Sá, vem aqui comer um macarrão, tomar um vinho e gravar guitarra em uma faixa?’. Se a pessoa não vinha nos visitar, íamos na casa da pessoa. Chegávamos com a mochila e o microfone.

Como surgiu o título Gambito Budapeste ?

É o nome de uma jogada de xadrez que só é usado por quem entende. Nós não praticamos, mas uma vez ouvi o termo e achei engraçado. Acabei guardando na memória. Além de gambito parecer o nome de um personagem, é o apelido que eu e o Marcelo nos chamamos. Como também nos chamamos de peste, juntamos os dois, que parecem se completar.

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Armei a Rede, de Assis Valente e Arsênio Ottoni, é a única música que não é autoral. Por que a escolheram?

Eu tinha um show marcado com o Moreno Veloso em que faríamos uma homenagem ao Assis Valente. Ele pediu para eu escolher uma música, comecei a procurar loucamente em acervos. Quando encontrei Armei a Rede, fiquei encantada. Tem esse ambiente romântico, singelo e ingênuo. Eu e o Marcelo achamos que tinha a ver com o disco.

E Packing to Leave é a única em inglês…

As músicas chegam e elas que determinam como vão ser. Eu me lembro que sentei para fazer uma canção para a Orquestra Imperial, mas acabou saindo Packing to Leave, que não tem nada a ver. Tem acordes mais folk, a letra em inglês e é melancólica.

No trabalho, o que você identifica como característica sua? E do Marcelo?

Esse disco tem uma coisa muito legal, porque nele aparece tudo o que eu aprendi com o Marcelo e tudo o que ele aprendeu comigo. Quando comecei a tocar violão, eu só sabia aqueles acordes de bossa nova e não sabia tocar chacundum com a mão direita. E com ele era ao contrário. Um foi ensinando para o outro. Packing to Leave, por exemplo, eu fiz com os acordes que ele me ensinou. O disco fala das coisas que nós compartilhamos. É uma mistura, tem o folk dele e a delicadeza das minhas composições.

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A capa do disco parece caseira. Como foi feita?

Queríamos uma imagem que refletisse um pouco o clima da produção e do som. Começamos a olhar fotos de viagens que fizemos juntos. Eram fotos tiradas pelo celular e com lente ruim. Não tem uma excelência na qualidade do material, mas registra aquele momento em que o afeto tem um significado muito maior. O conjunto conta uma história. A imagem da capa foi feita em um metrô de Estocolmo, em uma viagem que fizemos no início de 2010.

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