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Por Saulo Yassuda
O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha desde 2014. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos
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Choperia Amigo Leal encerra as atividades depois de 51 anos

Inaugurado em 1967, o bar de estilo germânico fechou em maio. Um novo negócio já funciona no espaço

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Atualizado em 17 jul 2018, 16h52 - Publicado em 17 jul 2018, 16h14

Após 51 anos de muito chope e canapé, o Amigo Leal bateu as botas. O bar de inspiração germânica, nascido em 1967 no centro de São Paulo, funcionou até o mês de maio deste ano. Desde o dia 10 de junho, quem aparece no número 165 da Rua Amaral Gurgel encontra outro estabelecimento no local, o Lins Grill e Chopp.

Ou seja, não dá mais para ir ao salão com cara de taberna e tomar o chope bem tirado ou a canequinha de steinhäger, nem provar saborosos petiscos como o canapé de linguiça blumenau no pão preto. A fachada, que imitava a de um chalé alpino e chamava a atenção de quem passava por ali, já foi retirada.

Canapés de rosbife e linguiça blumenau: porção mista do bar Amigo Leal. (Ricardo D'Angelo/Veja SP)

Um dos bares mais antigos da capital, o Amigo Leal foi inaugurado na Amaral Gurgel (a princípio, com o nome de Amigo Léo) antes mesmo da construção, naquela via, do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, fundado em 1970 pelo então prefeito Paulo Maluf. Com o tempo, a casa assistiu às mudanças da área, que se tornou escura e menos segura que outros pedaços da cidade, e também à diminuição de público, formado por boêmios das antigas.

O bar fechou assim como também se foram outras antigas tabernas de estilo alemão na cidade. É o caso dos bares Ilhabela (1967-2010) e Joan Sehn (1937-2010). (Os dois estabelecimentos chegaram a reabrir anos depois, com outras administrações, mas já fecharam novamente.) Eis um estilo de estabelecimento, infelizmente, em extinção.

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Salão do Lins Grill: boteco de espetinhos substitui o clássico Amigo Leal (Veja SP/Veja SP)

PONTO PASSADO

Em fevereiro, o proprietário do Amigo Legal desde 2014, Aluísio Canholi, decidiu passar o ponto. “Não sou do ramo e não tinha tempo para continuar a tocar o bar”, explica. “Quando vendi a casa, pensei que o Amigo Leal iria continuar o mesmo.” Os novos donos, Anderson e Elizandra Tamayose, até tentaram continuar a segurar a marca. Mas não deu. “A clientela, que era formada pelos mais antigos, foi diminuindo e não foi renovada”, lamenta Elizandra.

O casal, também dono do bar Lins Sushi, na Barra Funda, resolveu transformar o Amigo Leal no Lins Grill, um boteco de espetinhos. Em maio, o espaço foi fechado para reforma, uma churrasqueira foi instalada num canto do salão e a decoração antiga retirada de cena. A mesma chopeira de antes foi mantida, mas o líquido não faz mais jus ao que era servido. “Ninguém reclamou da mudança”, garante a sócia.

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Ambiente do Lins Grill: sem o estilo nostálgico do antecessor (Veja SP/Veja SP)

A troca de donos não era coisa nova no lugar. O bar foi aberto em em 1967 por Leopoldo Urban, fundador do Bar Léo, que se manteve na casa até 1969. O estabelecimento ficou sob o comando do sócio Emilio Noronha, quando foi vendido em 1981 para o empresário Leonardo Ramos. De 2014 até o início deste ano, era comandado pelo engenheiro Aluísio Canholi, um antigo frequentador.

O fim do Amigo Leal, um bar de meio século, é uma perda para a cidade. “Há muitos anos, já não tinha mais o glamour dos anos passados, já não lotava mais. Mas eu passava de vez em quando para um chopinho, um pastelzinho”, lembra Gilberto Turibus, do Bar do Giba. “É uma pena o fechamento, o bar fazia parte da história da cidade”, lamenta Werner Heying, sócio da choperia Zur Alten Mühle.

R.I.P. Amigo Leal (1967-2018)

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