Imagem Blog

Na Plateia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
Continua após publicidade

“O Rei da Vela”: a chama se mantém acesa

Zé Celso dirige cinco décadas depois uma nova versão do texto de Oswald de Andrade e tudo continua absurdamente atual

Por Dirceu Alves Jr.
25 out 2017, 16h01

O teatro é a arte do instantâneo, e, fechado o pano, aquele momento pode não causar efeito algum em uma reedição. Ainda mais no caso de O Rei da Vela, texto de Oswald de Andrade que ganhou emblemática encenação do Teatro Oficina, dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa, em 1967. Pois Zé Celso abre a cortina do passado e remonta o espetáculo cinco décadas depois com o mesmo protagonista, o ator Renato Borghi. O resultado, pasmem, deixa a plateia atônita diante dessa resistente crítica ao capitalismo.

Escrita em 1933, logo depois da derrocada dos barões do café, a peça foi consagrada como opositora ao regime militar no fim dos anos 1960 e, hoje, reflete o país polarizado e desigual de 2017. O agiota Abelardo I (interpretado por Borghi) enriqueceu emprestando dinheiro aos endividados a juros altíssimos. Chegou a se casar com Heloísa de Lesbos (papel da vigorosa Sylvia Prado), oferecida como moeda pela família falida. Abelardo ainda mantém seus devedores em jaulas e pisoteia quem ousa desafiá-lo.

O caráter emotivo de ver um clássico tem força inegável, mas não se sobrepõe, neste caso, à mensagem pertinente sobre os contrastes sociais e políticos. A irreverência típica do Oficina se faz presente, principalmente na composição de Zé Celso como a virgem Dona Poloquinha.

Continua após a publicidade

O espetáculo, porém, fica de pé graças à dramaturgia bem estruturada que abre espaço para múltiplas leituras e citações, envolvendo personalidades polêmicas, e propicia interpretações afinadas — algo raro nas montagens do Oficina. Aos 80 anos, Borghi demonstra energia e carrega de ironia o protagonista, dividindo o estrelato com Roderick Himeros, Elcio Nogueira Seixas, Ricardo Bittencourt e Tulio Starling, entre outros (220min, com dois intervalos). 16 anos. Estreou em 21/10/2017.

+ Sesc Pinheiros — Teatro Paulo Autran. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Sábado, 19h; domingo, 18h. R$ 50,00. Até 19 de novembro.

+ Leia mais sobre “O Rei da Vela”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.