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Por Juliene Moretti
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Guilherme Arantes sobre o passado: “Queriam que eu fosse um Julio Iglesias”

Prestes a fazer o seu show de lançamento do box Guilherme Arantes 40 anos – 1976 a 2016, o cantor se diz mais livre para falar o que bem entende. “Quando ficamos mais velhos, podemos contar com certas liberdades, você larga a vergonha”, diz. Por isso, na apresentação no Tom Brasil no próximo sábado (12), […]

Por VEJA SP
Atualizado em 25 fev 2017, 21h22 - Publicado em 4 nov 2016, 16h05
Guilherme Arantes: comemoração dos 40 anos de carreira (Foto: Paulo Avellino)

Guilherme Arantes: comemoração dos 40 anos de carreira (Foto: Paulo Avellino)

Prestes a fazer o seu show de lançamento do box Guilherme Arantes 40 anos – 1976 a 2016, o cantor se diz mais livre para falar o que bem entende. “Quando ficamos mais velhos, podemos contar com certas liberdades, você larga a vergonha”, diz. Por isso, na apresentação no Tom Brasil no próximo sábado (12), Arantes promete intercalar muitas histórias entre as faixas (nem todas conhecidas do grande público), que segundo ele, já prescreveram e então, podem ser contadas. “O público vai ter de ter paciência”, completa. VEJA SÃO PAULO.COM conversou com o cantor. Confira:

Com tantos discos e composições na carreira, como foi pensado o roteiro deste show?

É um repertório de chumbo. Inclui A Cidade e A Neblina, por exemplo, que não é um sucesso óbvio. A turma vai ter de ter paciência para ouvir Cheia de Charme. Tem Taça de Veneno, Raça de Heróis, que é uma música épica, progressiva e foi tema de novela, Sob o Efeito de um Olhar, que foi muito importante para mim, da novela Vamp…  Durante a apresentação, eu também conto histórias, pontuo com causos.

Em 2013, com o lançamento de Condição Humana, parece que o público descobriu, ou redescobriu o seu trabalho e seus shows passaram a ficar esgotados, se não, muito cheios. Você sentiu isso?

Para mim, tudo já estava acabado. Eu tinha sido esquecido pelo público. E ai, bem antes de 2013, veio uma geração que gostava de Guilherme Arantes, gostava de Djavan, Alceu Valença. Eu comecei a ser citado, por exemplo, pelo Marcelo Jeneci, o Silva. Mano Brown disse que era meu fã. Isso me deu novo ânimo.

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Outra coisa que me fez reerguer foi o meu estúdio que montei na Bahia, num lugar paradisíaco, com muitos instrumentos. Entrei nas redes sociais, comecei a mexer com cenografia, roteiro. Eu fiz um documentário da minha vida, aprendi a mexer em tudo quanto é software, Final Cut, Illustrator, Audocad, para fazer ficar interessante. Isso chamou atenção dos mais novos.

E como você vê a mudança de público?

É interessantíssimo. Não é só velharada que vai aos shows. E eu acho isso prazeroso. Depois dos 60 anos ter o reconhecimento e poder contar histórias — o que eu não podia fazer em outra época. É um novo momento, e eu estou mais cara de pau para contar histórias que já prescreveram. Você fica solto para contar com certa liberdade. Eu invejava o Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Mas agora eu estou nessa linha de invisibilidade sexual, eu não sou mais trabalhado para o mundo como um produto vendável, ai, dá para largar a vergonha de lado. A pessoa quando fica mais velha, fica cara de pau, mais curtido, como o vinho, o violão. Fora que fica mais caro. Quanto mais antigo, mais caro.

Mas que tipo de histórias são essas que você vai contar?

Nada que vá ferir com a imagem de ninguém, não. Posso contar de sobre Elis Regina como dona de casa, como foi conhecer Marina Lima na praia de biquíni. Hoje ela é coroa, mas muito bonita. Velho quando fala isso, é bonitinho, não vou invadir a privacidade de ninguém.

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O que explicaria seus altos e baixos na carreira?

Eu conto no show sobre as expectativas que tinham em torno da minha figura. Queriam que eu fosse um cantor romântico, tipo Julio Iglesias. Eu fui fazer, bem devagarzinho. Mas o mundo enlouqueceu e eu ainda sou barroco. Quando o artista está na sua, com seu mundo interior, é quando surgem Renatos Russos. Minha intenção é que as pessoas descubram isso em mim e descubram que o ideal da música está acima de qualquer valor, antes da grana ou da fama. Você tem que cuidar da sua própria lenda e compartilhar através das artes.

Você está lançando um box que é uma retrospectiva. Tem algo novo já?

Estou fazendo um acerto com o meu passado. Tirando a limpo. Me ponho em dia e vou em frente. Estou já começando a fazer músicas e busco por coisas bonitas. Com simplicidade. Igual Milton Nascimento com Travessia, Trem das Onze do Adoniran, ou a música Uma Tarde em Itapuã. Não dá uma tranquilidade ouvir essa música? Quero fazer isso.

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