Bruce Dickinson: cenografia inspirada na civilização Maia
Cerca de 40 000 pessoas interromperam o feriado da Páscoa para encher o Allianz Parque e ver, pela 11ª vez, o show dos ingleses do Iron Maiden. Eles vieram ao país com a turnê The Book Of Souls, baseado no 16º disco, homônimo. Confira o que rolou na noite do sábado (26):
Abertura com Anthrax
A banda americana foi escolhida para animar o público. Com riffs vigorosos, entoaram músicas como Caught in a Mosh (a faixa de entrada), Got Time e Antisocial. Para finalizar, Andreas Kisser (Sepultura) se juntou aos americanos na guitarra para a música Indians.
Joey Belladonna ao abrir para Iron Maiden
Protestos contra Dilma
Está virando praxe. Basta um momento de silêncio, sem banda se apresentando que três ou quatro pessoas começam a gritar frases contra a presidente.
Cenografia impecável
Como era de se esperar, o show dos ingleses sempre gera expectativa na plateia. E desta vez não seria diferente, especialmente a julgar pela quantidade de pessoas com camisetas da banda – é possível arriscar que 95% do público se vestia a caráter.
Logo depois da saída do Anthrax, o espaço ficou repleto de móveis cenográficos cobertos por tecidos pretos. Uma animação de entrada desviou a atenção para o telão. Nele, uma viagem pela selva levava até um avião, que parecia o Ed Force One, preso nas árvores. Ao acelerar as turbinas, conseguia livrar-se das amarras para chegar até templos da civilização Maia. Quando o público voltou a prestar a atenção no palco, ele já estava completamente descoberto, com uma pirâmide no tecido emoldurando o espaço, além de diversos monumentos. O vocalista Bruce Dickinson salta enquanto labaredas de fogo tomavam o espaço.
Bruce Dickson em perfeita forma
Ao ver o vocalista se esgoelar no microfone, ninguém diria que o cara passou por maus bocados há dois anos. Dickinson teve um câncer na língua descoberto ainda no início. Fez tratamento de quimioterapia e radioterapia antes de gravar The Book Of Souls. E pela forma apresentada, cantando e conversando direto com o público, tudo isto ficou para trás.
Iron Maiden: show grandioso com clássicos da banda
Banda bem entrosada e animada com o público
Quem vai ao show do Iron Maiden espera ver um grande espetáculo. E assim foi. Dickinson chegou a declarar: dos shows que fizeram em outras capitais, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo é a que tem o público mais aficionado pelo metal. E por isso a exibição levantou a turma durante as duas horas, especialmente com as faixas mais clássicas como The Trooper, Fear Of The Dark (que contou com bons efeitos visuais), Iron Maiden e The Number of the Beast. Do disco novo, eles arriscaram seis faixas, entre elas a The Book Of Souls e as duas primeiras músicas de entrada, If Eternity Should Fail e Speed Of Light.
Dave Murray, Steve Harris e Adrian Smith
Eddie de Maia
O zumbi-mascote da banda teve duas aparições. Na primeira, com pintura Maia pelo esqueleto, o garoto-propaganda caminhava pelo palco entre os integrantes. Rendeu, ali, momentos marcantes para a plateia, que ficou ainda mais extasiada quando Dickinson jogou um “coração ensanguentado” para o público. Dali, rendeu depois a promessa. “Voltaremos aqui porque o coração do metal está aqui”, feita por Dickinson. Segundo momento de Eddie, o qual fez o público correr para frente do palco: sua cabeça gigante saiu do fundo do espaço para o centro para sumir atrás de labaredas de fogo. Momento grandioso da apresentação.
Fim do show com com Wasted Years
Para quem esperava mais dos clássicos, talvez Iron tenha ficado devendo. Ficou de fora por exemplo Aces High e Run to the Hills. Enquanto a maioria esperava por essas, eles encerraram com Wasted Years. Não que tenha estragado o show, até porque, Blood Brothers, a penúltima faixa, já tinha sido um excelente gran finale.