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Moby visita casas paulistanas

No último sábado (8), a incorporadora Moby organizou um passeio por algumas das casas mais relevantes da arquitetura paulistana. A ideia partiu do diretor da empresa, Eduardo Andrade de Carvalho, como uma forma de mostrar o que há de bom por aí que o mercado imobiliário poderia tentar replicar ou ao menos se inspirar (leia […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 10h34 - Publicado em 10 jun 2013, 17h09

O arquiteto Guilherme Wisnik dá um panorama sobre a produção residencial em SP antes do início do tour (Fotos Mariana Barros)

No último sábado (8), a incorporadora Moby organizou um passeio por algumas das casas mais relevantes da arquitetura paulistana. A ideia partiu do diretor da empresa, Eduardo Andrade de Carvalho, como uma forma de mostrar o que há de bom por aí que o mercado imobiliário poderia tentar replicar ou ao menos se inspirar (leia mais sobre a Moby aqui). A iniciativa permitiu a criação de um grupo pequeno de “turistas arquitetônicos” formado por investidores, arquitetos, designers, jornalistas e empresários. Em momentos como esse, é fácil perceber como a troca de ideias e de experiências contribui para pensarmos de que forma a cidade poderia ser melhor. O start do tour foi uma palestra do arquiteto e curador da próxima Bienal de Arquitetura de São Paulo Guilherme Wisnik na sede da revista Amarello, na Rua Líbero Badaró (que conta com uma linda vista do Anhangabaú, tendo o Teatro Municipal ao fundo). Ali ele falou sobre algumas das mais emblemáticas criações da arquitetura paulistana, como as de Lina Bo Bardi e Rino Levi, e também fez um preâmbulo sobre alguns dos projetos que conheceríamos in loco a seguir.

 

Casa de Oswaldo Bratke, no Jardim Europa

A primeira parada foi uma casa projetada por Oswaldo Bratke no Jardim Europa. Construída em 1947, ela recebeu uma bela reforma orquestrada pelo arquiteto Mauro Munhoz em 2000-2002. O terreno, assim como o resto do bairro, fica sobre um lençol freático que se move, ainda mais após décadas de construção de subsolos e piscinas nas redondezas. Com isso, parte das estacas de madeira ficaram acima do nível da água e acabaram apodrecendo. A inspiração de Bratke para esta casa veio de Frank Lloyd Wright e da ideia de que é possível (e interessante) desintegrar o conceito de cubo que existe por trás de uma casa, propondo espaços em que interior e exterior conversem e se misturem. Boa parte das paredes da casa se move sobre trilhos, criando diálogos entre as salas ou para o jardim e a piscina. A sensação é de que os espaços vão se abrindo, convidando a percorrê-los.

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Sala de jantar com espelho d´água ao fundo, uma das portas que se abrem

Trilho no chão revela as paredes retráteis

Sala de estar e piscina ao fundo

Brises de madeira como muro, deixando a cidade entrar na casa e vice-versa

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Deck de mandeira na suíte principal, sofisticação a partir da geometria

 

Cozinha e os armários de vidro que tem fundo de vidro também, voltados para a área externa

 

Detalhe do armário da cozinha

 

Da casa de Bratke pulamos mais de seis décadas e fomos parar na casa 4×30, a premiada obra do casal de arquitetos Lourenço Gimenes, do FGMF, e Clara Reynaldo, do CR2. O mais incrível desse projeto foi a forma como eles conseguiram criar uma residência com cozinha, sala, escritório, lavabo, área de serviço e duas suítes num espaço de quatro metros de frente por trinta de fundo. Haja inspiração! Um jardim central traz luminosidade e ventilação e divide a construção em dois blocos principais, interligados por uma passarela metálica. Tudo é envidraçado, o que amplia a sensação sobre o espaço real. Quem entra dá de cara com a cozinha, abaixo do nível da entrada e da sala. Como brincou Lourenço, a mesa de jantar como uma continuação do piso da sala foi criada para que o cachorro não suba na cadeira em busca de comida, já que poderá caminhar diretamente sobre a mesa. 😉

Lourenço Gimenez, do FGMF, recebe os visitantes em sua casa 4×30, projetada por ele e sua mulher, e Clara Reynaldo, do CR2

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Escritório com piso de borracha e vista para o jardim interno

Perspectiva da cozinha, que fica abaixo do nível da sala (“Boa para quem tem cachorro”, segundo Lourenço)

 

Terceira parada: o mestre Eduardo de Almeida recebeu o grupo para apresentar a casa criada para um de seus filhos. No projeto, dois volumes de estruturas metálicas se contrapõem, formando um espaço cheio de sobreposições e entrelaçamentos. O vidro é outro personagem fundamental da casa, expandindo-a para todos os lados e integrando-a com o exterior. Almeida acaba de ver pronta uma de suas obras de mais longa gestação, a Biblioteca Brasiliana, na USP, uma parceria com Rodrigo Mindlin Loeb. O local abriga os 17 000 títulos que o bibliófilo José Mindlin doou à universidade.

Eduardo de Almeida explica o projeto para nosso grupo de turistas arquitetônicos

Piscina ao fundo e as paredes de vidro delimitando os espaços

As estruturas cruzadas criam uma volumetria bem inesperada

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Sala de jantar e sala de estar ao fundo, mais uma vez o vidro como parede

Perspectiva do segundo andar

Infelizmente não pude acompanhar a quarta e última parada, uma casa de Paulo Mendes da Rocha. Tenho certeza de que foi tão revelador e instrutivo quanto as paradas anteriores. Que essa iniciativa ecoe por aí para que mais profissionais dentro e fora do mercado imobiliário percebam  as milhares de interpretações existentes para um verbo tão curtinho: morar.

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