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Arthur Casas: entre residências e urbanismo

Quando criança, Arthur Casas costumava passear de carro com seu pai para ver os casarões da Zona Oeste da cidade. Circulavam principalmente por Cidade Jardim, Alto de Pinheiros e Butantã. Essa observação sobre a maneira de morar das pessoas foi responsável por desabrochar sua vontade de se tornar arquiteto. Embora seu avô tenha sido um […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 11h46 - Publicado em 5 dez 2012, 16h44

Arthur Casas em seu estúdio, em Higienópolis (Foto: Heudes Regis)

Quando criança, Arthur Casas costumava passear de carro com seu pai para ver os casarões da Zona Oeste da cidade. Circulavam principalmente por Cidade Jardim, Alto de Pinheiros e Butantã. Essa observação sobre a maneira de morar das pessoas foi responsável por desabrochar sua vontade de se tornar arquiteto. Embora seu avô tenha sido um dos fundadores do bairro Alto da Lapa e seu pai sempre tenha morado por lá, Casas escolheu o Pacaembu como o bairro em que fincaria raízes.

Encontrou uma casa projetada por Vilanova Artigas, mestre da escola paulista, onde fixou residência, e reformou um imóvel na Rua Itápolis para servir de estúdio. Ali contou ao blog Morar em SP que em São Paulo segue gostando do mesmo de quando era criança: os traços modernistas revelados em esquinas da cidade. “Naquela época era muito mais interessante porque a violência não era um problema, então os portões eram baixos, dava para ver tudo”, diz. Alguns desses imóveis ficaram na memória, embora muitos hoje estejam encobertos por muros. “Pacaembu, Higienópolis e Vila Mariana guardam tesouros incríveis”, afirma. Traços de Artigas, Warchavchik, Rino Levi e Paulo Mendes da Rocha são os grandes atrativos. “Se você encarar São Paulo com uma visão panorâmica, ela é feia. É preciso olhar curto, que nem índio, para encontrar beleza”, diz Casas.

Hotel Emiliano, nos Jardins (Foto: Mariana Barros)

O arquiteto é autor dos projetos do Hotel Emiliano, dos restaurantes Kaa e Kosushi, da loja Alexandre Herchcovitch em Tóquio, da loja da Natura em Paris e de vários residenciais e comerciais em Nova York, onde desde 2000 mantém a sede norte-americana de seu escritório. Embora sua obra esteja espalhada pelos quatro cantos do globo, São Paulo é preponderante em quantidade de projetos já realizados e de inspiração para os futuros.

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Para Arthur Casas, a cidade vive um momento de arquitetura conformista, em que são erguidos os mesmos prédios neoclássicos desde os anos 90, mas agora sem adornos, ou seja, disfarçados. “O cara põe uma cor, dá um toque e acha uma beleza, mas é uma arquitetura pobre. Enfeita-se o bolo, mas o recheio continua uma porcaria”, afirma. Cerca de 50% da produção do Studio Arthur Casas são residências, principalmente no litoral. Outros 20% são projetos comerciais e o restante, interiores.

Há três anos o arquiteto guarda na gaveta os desenhos de um parque suspenso criado sobre o Túnel Noite Ilustrada, que liga as Avenidas Doutor Arnaldo e Paulista. No lugar onde ele imaginou uma área verde aberta, hoje há mendigos e usuários de crack (quem passa por ali certamente já se assustou com os sem-teto andando no meio da pista ou ocupando o meio-fio, correndo o risco de serem atropelados). Casas se dispôs a buscar investimento da iniciativa privada, mas a prefeitura não demonstrou interesse e a ideia segue no papel.

Casas se prepara para iniciar em março as obras  do Pelourinho, em Salvador, após seu escritório ter vencido o concurso público de requalificação do local. Também projeta um edifício residencial em Lima, no Peru. No Brasil, por incrível que pareça, nunca fez nenhum. “Uma hora virá uma oportunidade”, diz.

 

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Edifício residencial em Lima, no Peru (Imagens: Divulgação)

 

Perspectiva interna de um dos apartamentos do edifício peruano

Imagem da requalificação do Pelourinho, cujas obras começam em março

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Projeção do Largo Teresa Batista, no Pelourinho, que passará por revitalização junto com os largos Pedro Arcanjo e Quincas Berro D’Água

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