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Arqueologia no Itaim Bibi

A incorporadora Tishman Speyer está erguendo um prédio de escritórios na esquina da Avenida Faria Lima com a Rua Horácio Lafer, no Itaim Bibi. O terreno fica em frente ao recém-inaugurado edifício Pátio Victor Malzoni, do Grupo Victor Malzoni, cujo enorme vão espelhado guarda a Casa Bandeirista. Trata-se de uma das únicas construções do século 18 […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 11h28 - Publicado em 6 fev 2013, 11h47

Casa Bandeirista, sede da antiga chácara do senhor Bibi (Fotos: Reprodução)

A incorporadora Tishman Speyer está erguendo um prédio de escritórios na esquina da Avenida Faria Lima com a Rua Horácio Lafer, no Itaim Bibi. O terreno fica em frente ao recém-inaugurado edifício Pátio Victor Malzoni, do Grupo Victor Malzoni, cujo enorme vão espelhado guarda a Casa Bandeirista. Trata-se de uma das únicas construções do século 18 preservadas na cidade, tombada pelos órgãos de patrimônio e que deve ser aberta para visitação em breve.

A proximidade deste local histórico fez com que a Tishman tomasse alguns cuidados antes de iniciar sua obra do outro lado da avenida. Durante alguns meses, foi feita uma ampla pesquisa histórica sobre a área do tereno, o que acabou levando a um período de prospecções comandadas pela empresa A Lasca Arqueologia. O objetivo era verificar se havia algum objeto importante para a memória da cidade. Nos 10 000 metros quadrados reservados como canteiro de obras, foram mapeadas três áreas de interesse arqueológico onde havia vestígios de antigas ocupações. Foram encontrados fundações de uma antiga casa, alguns objetos, como pedaços de louça, uma área de descarte de lixo e, o mais surpreendente, um anel de rubi!

Anel de rubi encontrado durante as prospecções no canteiro de obras da Tishman

 

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Obras do Faria Lima 3500, da Tishman Speyer (Foto: Mariana Barros)

 

Patio Victor Malzoni, do outro lado da Avenida: vão central espalhado de onde se vê o reflexo da Casa Bandeirista

Estudos em laboratório dataram a antiga residência como sendo do final do século 19. O levantamento, embora curioso, não revelou nada que merecesse a intervenção do Conpresp ou Condephaat. Assim, a obra seguiu seu curso.

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Aproveitando o material coletado durante este trabalho, a Tishman Speyer preparou a divulgação dos dados históricos não apenas do terreno em si, mas do bairro do Itaim Bibi. A primeira ocupação de que se tem indícios foi indígena, de grupos Tupi. No século 19, o local já estava consolidado e constava no mapa da cidade como Chácara Itahy, que em tupi significa pedra pequena. Até onde se sabe, os primeiros donos da chácara foram os membros da família Bento Ribeiro dos Santos Camargo. Em 1896, eles venderam a propriedade de 120 alqueires por uma ninharia, já que era um local alagadiço, inundado com frequência devido à proximidade do rio Pinheiros. Servia apenas para caçar, pescar e cultivar algumas árvores frutíferas que gostassem de água, como a jabuticabeira.

O comprador foi um general chamado José Vieira de Couto Magalhães. Em 1907, o irmão dele, Leopoldo Couto Magalhães, conhecido como Bibi, fez uma oferta e ficou com o local, onde passou a morar. A sede da chácara era a Casa Bandeirista. Para diferenciar a região do Itaim Paulista, surgiu o apelido de Itaim Bibi,  referência ao nome do proprietário. A partir da década de 1920, com a morte de Bibi, a área foi loteada e da chácara sobrou apenas a Casa Bandeirista.

A partir dali vieram muitas outras mudanças. Após uma grande enchente em 1929, iniciou-se o projeto de retificação do rio Pinheiros e do aterramento de suas margens. Ruas e avenidas foram alargadas, caso da antiga Rua Iguatemi, hoje Avenida Faria Lima. Hoje, o entorno da avenida abriga alguns dos endereços mais caros da cidade. Um destino surpreendente para uma área para quem ninguém dava nada e era apreciada apenas pelas jabuticabeiras.

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