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Segunda temporada de Big Little Lies decepcionou até no último episódio

Clichês familiares e uma investigação policial abortada foram alguns problemas da nova temporada

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
22 jul 2019, 11h16

Assisti à primeira temporada de Big Little Lies quando todos os episódios já estavam disponíveis no NOW (pelo canal HBO). Gostei muito e, não à toa, a minissérie foi premiada e ganhou uma sequência, que nem estava prevista. Pois bem: é aí que começa o problema da segunda temporada. Seria mesmo necessária, já que, no desfecho da primeira, cinco mulheres decidiram manter um segredo sobre a morte de Perry (Alexander Skarsgard), evidenciando uma vingança feminista conjunta em um momento importante de abordar a sororidade?

As cinco de Monterey (Divulgação/Divulgação)

Meryl Streep chegou para abrilhantar o time e meu interesse cresceu. Na noite de ontem (21), quando a série terminou, me senti frustrado e enganado. Contém spoiler a partir daqui. Esperei sete capítulos (ou seja, sete semanas) para ver um desfecho com pontas sendo amarradas (mas deixando uns nós desatados) e com uma conclusão sem conclusão – só seria um bom gancho se uma terceira temporada fosse realizada, o que dificilmente vai ocorrer.

No frigir dos ovos, o que mais me decepcionou foi o rumo que a série tomou. Um homem violento e abusador foi empurrado de uma escada durante uma festa e as cinco amigas alegaram acidente. Se a primeira temporada terminou com uma morte suspeita, não seria o caso de se permitir uma investigação policial mais profunda para dar um molho mais palpitante ao roteiro? Não foi o caso. A detetive mal vasculhou o cotidiano/passado do quinteto – nem mesmo quando a mãe da vítima (Meryl Streep) insistiu que havia algo suspeito.

Ok, respeito a decisão de se desviar do gênero policial e partir para o dramático. Mas será que quase tudo precisava ser tão clichê? Ed (Adam Scott) descobriu a infidelidade conjugal de Madeline (Reese Witherspoon) e ambos passaram a maioria dos episódios num casa-separa. Renata (Laura Dern), a mais dondoca das dondocas, viu seu marido falir e a estabilidade financeira ir pelo ralo (o affair dele com a babá foi mais um estereótipo para o crepúsculo do macho). Jane (Shailene Woodley) tentou superar o trauma de ter sido estuprada e engatou um relacionamento confuso e morno com um surfistinha insosso. Bonnie (Zoë Kravitz), que empurrou Perry da escada, passou a temporada sofrendo calada, angustiada, querendo esclarecer o fatídico “incidente”. Até introduziram à história a personagem da mãe dela, uma senhora sensitiva que sofreu um AVC e entrou em coma.

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Quem mais se sobressaiu, portanto, foi Celeste (Nicole Kidman). Afinal, foi o marido espancador dela que morreu e a sogra (Meryl) surgiu para atazanar sua vida, querendo inclusive ficar com a custódia dos dois netinhos. A vovó dissimulada roubou a cena, mas confesso que, embora Meryl seja diva, a personagem ficou num limbo entre a vilania e sofrimento genuíno.

As crianças, filhos e filhas de todas as personagens e tão importantes na primeira temporada, praticamente desapareceram. Os filhos de Celeste, no tribunal, nem tiveram a chance de dizer se queriam ficar com a mãe ou com a avó.

Resumo da ópera. 1 – elenco estelar de tirar o chapéu, com Meryl Streep, Nicole Kidman e Laura Dern reinando soberanas. 2 – roteiro à deriva, mais focado no drama genérico do que na investigação policial 3 – emoção nível raso, nem mesmo mesmo quando Celeste deu o troco na sogra-bruxa no tribunal 4 – episódios sem ganchos para o capítulo seguinte e 5 – a HBO precisa rever seu sistema de exibição de séries; no caso de Big Little Lies, foi uma chatice de ter esperar uma semana para ver a sequência de algo já não exatamente instigante.

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