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Rubens Ewald Filho, crítico de cinema, morre aos 74 anos

O crítico de cinema estava internado no Hospital Samaritano desde 23 de maio

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 jun 2019, 12h12 - Publicado em 19 jun 2019, 18h02

Rubens Ewald Filho, que morreu nesta quarta (19), aos 74 anos, não foi apenas o crítico de cinema mais famoso do Brasil – foi também o mais produtivo e influente. Rubinho, como era chamado pelos amigos íntimos, foi uma referência para os críticos, como eu, que nasceram entre as décadas de 60 a 90, era admirado pela classe artística e tinha mutos fãs de seu trabalho excepcional.

Nascido em Santos, em 1945, Rubens foi capa de VEJA SÃO PAULO cinquenta anos depois, que tinha o título de O Homem do Oscar. Não era para menos. Rubens foi a “cara” brasileira da maior premiação do cinema. Comentou o Oscar de 1980, na TV Globo, até 2018, na TNT. Em 2019, o canal pago afastou Rubens da transmissão ao vivo. Foi a primeira vez, em 39 anos, que seus comentários ácidos e autênticos ficaram de fora da telinha.

Sua trajetória profissional é inigualável. Nenhum crítico de cinema conseguiu o que Rubens conquistou. Além da marcante passagem pelo Jornal da Tarde (onde escreveu a coluna Filmes na TV desde 1968), colaborou para O Estado de São Paulo, TV Cultura, Rádio Eldorado, VEJA e outros veículos de comunicação, incluindo a A Tribuna de Santos, o primeiro jornal que acolheu uma crítica sua – a de O Demônio das Onze Horas, de Godard, em 8 de outubro de 1967.

Formado em Direito, História e Jornalismo, Rubens era filho de um empresário de navios de cabotagem e frota de caminhões. Mudou de Santos para São Paulo no início dos anos 70 e, aqui, deslanchou como um “orientador” de filmes. Foi notável, sobretudo, sua capacidade de inventar – e se reinventar. Na revista Video News, editou mais de uma dúzia de guias que serviam como manual de consulta para clientes perdidos nas videolocadoras. Outro livro importante foi o Dicionário de Cineastas, extremamente útil para profissionais da área numa era pré-internet. Rubens ainda deu aulas em Santos e na Faap, escreveu seis novelas (a mais famosa foi Éramos Seis, no SBT) e roteiros de pornochanchadas com o amigo Silvio de Abreu, adaptou quatro quatro minisséries, dirigiu peças de teatro e atuou em seis filmes, entre eles o polêmico Amor, Estanho Amor, de 1982, com Xuxa.

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A TV sempre o recebeu muito bem em programas no Telecine e na HBO. A lenda de que ele assistia a dois filmes ao mesmo tempo não era lenda. Mantinha ainda quase o mesmo ritmo e não deixava de marcar presença nas cabines, jargão usado para as sessões de imprensa. Nos últimos anos, comandou a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, lançando biografias de grandes nomes do cinema, do teatro e da TV, como Aracy Balabanian, Ruth de Souza, Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Goulart e Nicette Bruno. Foi também curador do Festival de Paulínia e do Festival de Gramado, o mais importante do país. Seguindo os novos tempos, se reinventou como YouTuber no programa Rubens Responde e abriu, em setembro de 2018, uma conta no Instagram, onde postava notas diárias. “Tenham paciência, sou novo aqui”, diz na sua bio.

No dia 23 de maio, Rubens foi almoçar num shopping. Na escada rolante, sofreu um desmaio, provavelmente provocado por uma arritmia cardíaca, e chegou ao chão já desacordado. Teve fraturas na clavícula, vértebras e costelas, além de traumatismo craniano. Internado na UTI do Hospital Samaritano, Rubens passou por vários procedimentos médicos e, desde então, estava desacordado. Na tarde desta quarta (19), partiu já deixando saudades.

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