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Chefe de Emily, Philippine Leroy-Beaulieu fala português e ama o Brasil

Aos 57 anos, a atriz revela que já dançou na Banda Eva com Ivete Sangalo e diz que os franceses não têm senso de humor

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 nov 2020, 11h52 - Publicado em 27 nov 2020, 16h06

A atriz Philippine Leroy-Beaulieu, que interpreta a chefe implacável de Emily, no seriado Emily em Paris, já viveu no Brasil e diz que é apaixonado pelo país. Nesta entrevista, ela revela que já dançou na Banda Eva nos tempos de Ivete Sangalo e afirma que os franceses não têm senso de humor, sobre críticas feitas à produção.

Você costuma fazer postagens no Instagram sobre o Brasil. Qual sua relação com o país?

Fui ao Brasil pela primeira vez para um festival no rio de Janeiro, onde apresentei Três Homens e Um Bebê (1985). Fiquei duas semanas e visitei Paraty e Búzios. Chorei ao partir. Era como se estivesse deixando a minha casa. Cinco anos depois, uma francesa, que morava no Brasil, deu à luz na mesma clínica que eu. Ficamos amigas. Peguei meu bebê, de 6 meses, e fomos para São Paulo, onde ela morava. Foram três meses entre Juqueí e Ilhabela. Voltei várias vezes ao longo de doze anos.

E como aprendeu o idioma, já que escreve em português?

Viajando e morando no Brasil e pelo motivo de me encantar com as pessoas, com o país e as experiências de vida naquela época.

Quais lugares conhece do Brasil?

Fiz uma viagem pela Br-101, que corta o país de norte a sul. Saímos de São Paulo e fomos até Canoa Quebrada. E de jipe! Dá para imaginar quantos lugares incríveis eu visitei? Adorei o Rio Grande do Norte, Ceará, as lindas praias de Alagoas, a fantástica Bahia, onde ainda tenho amigos em Santo André, um povoado perto de Santa Cruz Cabrália. Comprei um pedaço de terra, mas tive de vender, infelizmente. Desejo voltar em breve para mais viagens. É um país grande e surpreendente!

Quem admira na música brasileira?

Caetano é um grande amor. Antes mesmo de conhecer o Brasil, já ouvia seu disco com Maria Bethânia. Chico, Djavan, Gil, Milton, Naná Vasconcelos, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Gal Costa. Acredita que dancei na banda eva quando Ivete Sangalo ainda era integrante? Também cantei Chico César para minha filha, que deu seus primeiros passos em Fernando de Noronha. Amo o forró de lá! e tem mais: Zizi Possi, Marina Lima, Adriana Calcanhotto, Lenine, Alceu Valença, Rita Lee, Zeca Baleiro, Mariana Aydar, Maria Gadú — é lindo o disco dela com Caetano. O Brasil é música, o único país que tem a sua identidade tão entrelaçada com o som, o ritmo e a poesia.

Philippine Leroy-Beaulieu, a chefe de Emily
Philippine Leroy-Beaulieu, a chefe de Emily (Stephanie Branchu/Divulgação)

E no cinema?

Gosto de Cacá Diegues e do cinema novo, mas isso é antigo. Tive experiências incríveis com os filmes do Kleber Mendonça Filho, como Aquarius. Bacurau é genial. Saí do cinema e fiquei sem conseguir me comunicar por horas. O Brasil tem lindos artistas. É, provavelmente por isso, que me apaixonei profundamente por sua terra.

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A personagem de Meryl Streep em O Diabo Veste Prada foi uma inspiração para sua personagem?

Miranda (personagem de Meryl) é novaiorquina e Sylvie é parisiense. E isso faz uma grande diferença! Meryl sempre será inspiração porque é uma mestra, mas outras atrizes me vieram à cabeça, como Bette Davis, Joan Crawford e Barbra Streisand, que tinham uma qualidade selvagem que me ajudou a construir Sylvie.

Concorda quando os franceses apontam muitos estereótipos na série?

Os franceses não têm senso de humor.

A série apresenta locais de Paris pouco visitados por turistas. Algum de sua preferência?

O legal de Paris é se perder. Sempre tem uma estação de metrô em algum lugar e ficar perdido sem tentar “visitar” é a melhor forma de conhecer qualquer cidade.

Alguma coisa mudou na sua vida após a estreia da série?

Por enquanto, diante da pandemia, a única mudança é poder falar com uma grande mídia brasileira como VEJA SÃO PAULO. Quando o mundo se abrir novamente, eu vou saber o que mudou e aviso.

O cinema na França foi muito afetado pela pandemia?

Não só o cinema, mas teatros, shows, restaurantes, bares, museus… Na França e no mundo inteiro. Mas vamos reconstruir e teremos muito que fazer e conversar depois que essa pandemia acabar.

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Como está a imagem do Brasil na França?

Eu não comento sobre este assunto. É um grande caos no mundo agora e é muito difícil saber o que realmente está acontecendo em qualquer lugar.

Você já teve um(a) chefe tão arrogante quanto o seu personagem?

Eu nunca tive um chefe!!! Felizmente… para o chefe!!!!!!!. Que sorte dos chefes!!! Mas eu conheço muita gente arrogante, sim! Mas deixa eu dizer que a pessoa “arrogante” da série não é exatamente quem você pensa. Que tal uma jovem americana vir para a França sem falar uma palavra em francês, sem conhecer a cultura, e pensando que faz tudo melhor do que ninguém? Não te parece arrogante? E isso também é o que Darren Starr (o criador da série ) está nos mostrando. O “vilão” nem sempre é quem as pessoas pensam. É uma ótima lição de vida!

A série é um grande sucesso no Brasil e os fãs estão divididos sobre se Emily deve namorar Gabriel ou não. Deveria ela enganar sua própria amiga e ficar com ele ou desistir desse amor?

Isso não cabe a Sylvie, minha personagem, decidir. Sylvie não tem nenhum interesse na vida amorosa de Emily.

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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de dezembro de 2020, edição nº 2715

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