Imagem Blog

Memória Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.
Continua após publicidade

Encartes caprichados dos velhos discos de vinil

Pequenas obras de arte que valorizavam os LPs

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 ago 2017, 14h06

Na era da música digital, as novas gerações não conviveram com uma parte importante da cultura musical: os encartes de discos. Na verdade, poucos sabem o que é isso. Pensando bem, poucos sabem o que são “discos”! Mas eles não têm culpa, a evolução não para, e discos e seus encartes são coisas do passado. Mas para quem teve a oportunidade de conviver com essas obras de arte, posso dizer que era um prazer único desvendar esses pequenos libretos que vinham encartados em LPs. Um prazer tão grande quanto ouvir a obra a que ele se referia.

No início, os encartes traziam apenas a ficha técnica do disco e, às vezes, uma breve história dos músicos. Nos anos 60, eles começaram a ficar mais caprichados, e já traziam as letras das músicas do disco e artes relativas à obra como um todo. Nessa época, os discos temáticos se tornaram mais comuns, e encartes fazendo referência ao tema começaram a surgir.

A era de ouro dos encartes foram os anos 70. Nessa época, o rock progressivo teve sua melhor fase, e como praticamente todos os discos de rock progressivo são temáticos, eram um prato cheio para os artistas divagarem toda sua viagem psicodélica em encartes elaborados, de fazer inveja aos grandes pintores renascentistas.

Com a chegada dos CDs nos anos 80, ficou um pouco mais difícil expressar tanta arte em encartes com menos de 12 centímetros de lado, menos da metade do tamanho dos libretos que vinham nos antigos LPs. Reedições especiais em CDs de antigos álbuns de artistas consagrados adaptavam a arte dos encartes grandes para um pequeno livrinho encartado no CD. Outros simplesmente reproduziam o encarte original e o dobravam até o tamanho do disquinho prateado. E outros, ainda, lançavam edições em CDs, mas com a embalagem do tamanho do LP, mantendo as artes originais.

De todos os pequenos prazeres que a música digital e por streaming nos tirou, folhear um bom encarte de discos certamente é um dos que mais faz falta. Relembre alguns álbuns que trouxeram, em suas primeiras versões, encartes que são verdadeiras obras de arte, e que tornaram-se peças de colecionador, mais até do que os discos a que se referiam.

 

  • Beatles – Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band

Um dos primeiros álbuns a trazer um encarte caprichado, com fotos e artes diferentes da capa do disco. Em versões reeditadas recentes, os encartes foram reproduzidos com eram na época do primeiro lançamento deste disco histórico.

Continua após a publicidade
(Reprodução)

 

  • Jethro Tull – Thick as a Brick

O encarte original reproduzia um jornal completo, chamado St. Cleve Chronicle, que trazia notícias, palavras cruzadas e até uma sessão de classificados. A manchete era sobre um garoto fictício, chamado Gerald Bostock, que “teoricamente” havia escrito um poema chamado Thick as a Brick, que foi musicado pela banda. Ian Anderson, líder do Jethro Tull, comentou em entrevistas que, por anos, as pessoas pensaram que a história era verdadeira, e que o garoto era real.

(Reprodução)

 

  • Rick Wakeman – Journey to the Centre of the Earth

Um dos discos mais relançados da história do rock teve um encarte especial somente na sua primeira prensagem, ainda em 1975. Era um livro de oito páginas, com fotos de cavernas, ilustrações de dinossauros e foto-montagens com Rick e os músicos, além das letras e ficha técnica. Todas as reedições posteriores do disco vieram com uma capa caprichada e dupla, mas, infelizmente, sem o livro.

(Reprodução)

 

  • Rick Wakeman – King Arthur and the Knights of the Round Table

Neste álbum, que sucedeu “Viagem ao Centro da Terra”, o encarte era um livro ainda maior, com ilustrações que remetiam ao tempo das Cruzadas, uma para cada personagem, já que cada faixa do álbum é dedicada a um personagem da lenda do Rei Arthur.

(Reprodução)

 

  • The Alan Parsons Project – Tales of Mystery and Imagination Edgard Allan Poe

Este álbum, o primeiro da banda do ex-engenheiro de som do Pink Floyd, teve diversas versões desde seu primeiro lançamento, em 1976, e cada versão trazia um encarte diferente. Um CD especial de aniversário foi lançado em 2007, reeditando o primeiro encarte, um livro de 24 páginas.

(Reprodução)

 

  • Pink Floyd – The Dark Side of the Moon

O disco mais icônico da história do rock teve, em sua primeira edição, um encarte em forma de pôsteres, com fotos e artes abstratas sobre as Grandes Pirâmides, além, é claro, das letras de todas as músicas e fotos dos integrantes da banda. Versões posteriores do álbum vinham apenas com capa dupla, mas uma edição comemorativa em CD trouxe de volta as artes originais.

Continua após a publicidade
(Reprodução)

 

  • Os Mulheres Negras – Música e Ciência

São raros os discos nacionais com um encarte digno de comentário, mas às vezes aparecem bons exemplares. O primeiro disco da segunda menor big band do mundo, Os Mulheres Negras, se encaixa nesse caso. Junto com o disco, vinha um fanzine que eles editavam na época chamado A20908, que era a caixa postal para correspondência com fãs. Este encarte em forma de fanzine tinha todas as letras e histórias de cada faixa, tudo feito com o jeitão dos computadores antigos e impressoras matriciais, como eram feitos todos os fanzines daquela época, o longínquo 1988.

(Reprodução)

 

  • Queen – Jazz

O álbum de 1978 do lendário grupo britânico trouxe diversos hits, entre eles Fat Bottomed Girls e Bycicle Race, ambos homenageados no encarte especial , que incluía um pôster com dezenas de garotas nuas em bicicletas.

(Reprodução)

 

  • Elton John – Goodbye Yeallow Brick Road

Uma arte para cada música. Assim era o encarte do único álbum duplo da carreira de Elton John, um marco na história da música, onde praticamente todas as faixas se tornaram hits em 1973. O encarte trazia as letras com ilustrações de David Larkhan, que fez as capas de quase todos os discos da fase pop do cantor.

(Reprodução)

 

  • Lô Borges – A Via Láctea

Em 1979, depois de sete anos afastado dos estúdios, Lô Borges ressurge nessa obra-prima da MPB, fruto do lendário Clube da Esquina, movimento mineiro que incluía Milton Nascimento e Flávio Venturini. O LP, com tratamento gráfico de Tadeu Valério e Kélio Rodrigues, trouxe um dos mais belos encartes de discos nacionais que conhecemos, com imagens das estrelas servindo de fundo para as letras e ficha técnica do disco.

(Reprodução)

 

 

 

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.