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Por Por Marcelo Copello
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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O segredo por trás dos vinhos laranjas

Entenda como se dá a elaboração desse branco com alma de tinto

Por Marcelo Copello
Atualizado em 20 jan 2022, 14h59 - Publicado em 29 Maio 2020, 06h00

Inesgotáveis e renováveis são os encantos do vinho. Sempre há novidades, como os ditos vinhos laranja, que nada mais são do que um método milenar revisitado ao redor do planeta. É importante esclarecer que o vinho laranja não é obtido com a fruta cítrica, e sim com uvas brancas. A alcunha vem de sua cor — um batismo informal, já que a categoria oficialmente não existe.

Muitos, como o italiano Josko Gravner, papa desse nicho, preferem que a bebida seja chamada de “âmbar”. Para entender a produção, é preciso explicar que a cor geralmente vem das cascas e não da polpa da uva.

Normalmente, os tintos são feitos com a maceração ou o curtimento dessas películas com o mosto (ou suco). Os brancos, ao contrário, frequentemente têm as cascas separadas antes da fermentação, resultando em líquidos translúcidos.

Pode-se dizer que os laranjas nada mais são que brancos elaborados como se fossem tintos, com maceração, processo que pode levar vários meses. O contato também proporciona textura mais densa, aromas mais ricos e a presença de taninos, substâncias que dão adstringência, normalmente presentes apenas nos tintos.

A maior referência histórica desse estilo está na República da Geórgia, onde os vinhos são tipicamente elaborados há milênios em grandes ânforas de barro. Na hora de degustá-los, no nariz notas típicas seriam mel, chá-preto, flores secas e/ou maceradas, frutas secas como nozes e castanha-de-caju, maçã cozida, jaca, verniz e cera.

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Por sua cor, são confundidos com vinhos oxidados, e alguns de fato o são. Podem ser insípidos também. Toda categoria, afinal, tem exemplares bons e ruins.

Quando for servi-lo, trate-o quase como tinto. Prefira uma temperatura entre 14 e 16 graus, por vezes com uma decantação curta, de meia hora em média. Quanto à harmonização, os laranjas são versáteis. Sugiro experimentá-los com cozinhas como a tailandesa, indiana ou marroquina ou até com um yakissoba e pratos com shoyu. Preparos de peixe mais temperados costumam ir bem. Que tal tentar com um bacalhau?

Veja duas seleções:

Dois rótulos: francês e nacional (Divulgação/Divulgação)

Domaine Ferrer-Ribière Empreinte du Temps Sans Interdit Sec IGP Côtes Catalanes. Da região do Languedoc-Roussillon, é elaborado com uvas macabeo de colheita tardia e amadurece em sistema de solera (todos os anos a nova safra é misturada a vinhos de colheitas anteriores). É âmbar, com aroma complexo, rico em ervas e frutas secas. Tem álcool alto (16,1%) e ótima acidez. É vendido por telefone (☎ 96450-9735) pela Prem1um Wines por R$ 367,33.

Leone di Venezia Oro Vecchio. Do produtor de Santa Catarina, o rótulo foi campeão da Grande Prova Vinhos do Brasil. Leva uvas grechetto, vermentino e gewurztraminer. Tem aroma oxidativo, com notas de frutas secas, ervas, especiarias e mel. No paladar, são sentidos no fim de boca os taninos. Custa R$ 75,00 no site leonedivenezia.com.br.

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