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Por Por Marcelo Copello
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Malbec: explorando o universo da uva quase argentina

Casta queridinha dos brasileiros é cultivada de norte a sul no país vizinho

Por Marcelo Copello
Atualizado em 20 jan 2022, 14h21 - Publicado em 24 set 2021, 06h00

A mais argentina das uvas (castas) francesas, adorada pelos brasileiros, possui multiplicidades de estilos, conforme sua região de origem. O sucesso comercial em nível planetário dos malbecs de Mendoza fez com que seja quase obrigatório para uma bodega argentina plantar malbec, tornando-se amplamente cultivada de norte a sul do país.

Ganhamos nós, pois a “boca má” (mal-bec), que ganhou essa alcunha em seus primórdios por gerar vinhos duros na França, proporciona excelentes exemplares por toda a Argentina, que vão de rosados a potentes tintos de guarda.

No extremo norte, em Salta, o terroir é muito peculiar, unindo latitude, altitude e continentalidade extremas. A latitude, entre 24º e 26º sul (mais ou menos a mesma do estado do Paraná), somada à continentalidade, tornaria a produção de vinhos inviável na região, devido ao calor.

No entanto, uma altitude elevada acaba compensando, amenizando o calor, com alguns vinhedos a mais de 2 000 metros. Como resultado, vinhos expressivos, brancos da torrontés perfumados e malbecs que podem chegar a 17% de álcool.

Dando um salto para o extremo sul chegamos à Patagônia, que tem uma configuração diametralmente oposta. A latitude é extrema, no paralelo 42º sul, similar à Nova Zelândia, com altitude que despenca para cerca de 200 metros.

Aqui os vinhos são mais frescos, com mais acidez natural e menos álcool, são os malbecs mais elegantes do continente.

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Mendoza, coração do malbec, também guarda diversas sub-regiões e seus estilos. Lujan de Cuyo, nas cercanias da cidade que dá nome à região, é sede da maioria das bodegas que conhecemos. Lá, as altitudes ficam entre 800 e 1 100 metros, e o estilo predominante é o clássico malbec encorpado que conquistou o mundo.

O maior patrimônio de Lujan de Cuyo talvez sejam seus vinhedos antigos, já que foi lá que tudo começou. O Vale de Uco é a nova fronteira, desbravada nos últimos vinte anos. Com vinhedos que sobem até os 1 650 metros, a viticultura ali só é possível graças ao moderno advento da irrigação por gotejamento.

O Vale de Uco está sendo estudado e subdividido. Algumas de suas sub-regiões já alcançaram fama, como Paraje Altamira, Los Chacayes, San Carlos e Gualtallary.

De lá o estilo que se destaca é de malbecs que podemos chamar “de vanguarda”, mais minerais, com maior acidez e expressão de terroir.

Terrazas de Los Andes Single Vineyard Malbec
Um malbec de vinhedo único, Las Compuertas, uma das melhores parcelas de Lujan de Cuyo. De cor escura, aroma complexo, com
muita fruta negra, floral de violetas, madeira coadjuvante, com tostados, café. Paladar encorpado, com taninos firmes e finos. Excelente malbec, com bom potencial de guarda. Custa R$ 375,00. Compre aqui: amazon.com.br.

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Fin Del Mundo Patagonia Single Vineyard Malbec Limited Edition Finca Don Eduardo 2018
É 100% malbec, com dezoito meses em carvalho francês e americano. Cor escura, aromas de madeira nova, frutas mais vermelhas que negras, ervas, balsâmicos. Paladar de médio corpo, taninos macios, prontos, elegante e equilibrado. Custa R$ 169,90. Compre aqui: evino.com.br.

Tinto Negro Malbec Limestone Block 2018
Elaborado com malbec (95%) e cabernet franc (5%), com nove meses em barricas de carvalho francês. normalmente os tintos de Los Chacayes são superpotentes, este é diferente. Cor escura, aroma bastante frutado e fresco, com notas de especiarias, frutas negras, fundo mineral. Paladar de médio corpo, com taninos macios e acidez muito boa, fresco e fácil de beber. Custa R$ 143,91. Compre aqui: wine.com.br.

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