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Por Matheus Prado
Matheus Prado é repórter de VEJA SÃO PAULO e já passou por veículos como Estadão, Folha de S.Paulo e UOL. Experimenta, neste blog, fazer coisas que nunca fez.
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Fui ver qual é a dos aplicativos de mototáxi em São Paulo

"A condução era definitivamente ousada, mas não senti que estava em risco em nenhum momento. O cara sabia o que estava fazendo"

Por Matheus Prado
1 nov 2019, 11h38

Meu pai cometeu um erro muito grave no ano de 2007. Decidiu dar uma moto para um irresponsável moleque de 14 anos pilotar. Eu, no caso. A magrela era toda preta, bonitona. Mas acho que nunca tive jeito para a coisa. Durante cinco anos como proprietário de motocicleta, perdi as contas de quantas vezes caí. Na chuva, no buraco, no calçamento, parado.

Os tombos eram tão frequentes que minha mãe já sabia reconhecer minha cara de derrota pós-queda. Ficava cabisbaixo, taciturno. Certo dia, num calor de 35ºC, apareço eu todo encasacado para tomar café da manhã. Ela sacou o que tinha acontecido na hora e deu de cara com a moto toda ralada na garagem e eu cheio de arranhões e curativos. Todos rimos; fiquei de castigo.

Apesar de ser um piloto lamentável, nunca tive problema de andar na garupa. Faço isso desde que me entendo por gente e gosto do rolê. É preciso, claro, saber o básico: o corpo do passageiro deve acompanhar os movimentos do motorista sempre! Sabendo disso e confiando em quem está conduzindo, tá tudo certo.

E foi munido dessa cartilha de motoboy e de um senso de perigo pouco apurado que aceitei fazer uma matéria sobre o recém-permitido serviço de mototáxi em São Paulo. Trampo que incluía, como vocês já devem imaginar, experimentar o modal para avaliar o que está sendo oferecido.

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Os apps que surgiram até então, Picap e UNE, são tipo Uber e 99, na estética e na forma como funcionam. É só digitar endereço de saída e de chegada, esperar o piloto e partir. A aventura começa já na hora de colocar o capacete, que vem em tamanhos variados. Por sorte, o meu coube certinho. Mas nada de touca higiênica. Outro ponto crítico: o apoio de mãos. Alguns deles claramente só estão lá como adereço. Se pegar um desses, se segure bem.

O motora chegou e, para a minha surpresa, também era a primeira viagem dele pelo aplicativo. Unidos por essa virgindade mototaxista, partimos da Faria Lima para a Paulista. Ele era tão novo no negócio que pareceu nem se lembrar que levava uma carga viva na garupa. Cortou logo todos os carros e acelerou no “corredor”. Com a buzina ele foi anunciando sua presença e pedindo passagem.

A condução era definitivamente ousada, mas não senti que estava em risco em nenhum momento. O cara sabia o que estava fazendo. Além disso, foi engraçado ver a cara das pessoas entediadas no trânsito enquanto a gente se movia rapidamente. Foi tão rápido que completamos o trajeto em dez minutos. Deu nem tempo de sentir medo.

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(Em algumas outras corridas, os caras abusaram da sorte. Da minha e da deles. Andaram na contramão, furaram sinal vermelho, aceleraram mais que o permitido. Passar pelas marginais, mesmo quando os motoqueiros cumprem as leis, também não é a coisa mais agradável.)

Pegaria de novo? Sem dúvida. É uma forma rápida de se mover pela cidade e, caso não seja estrangulada pelas entidades regulatórias, pode facilmente ganhar tração. Mas é preciso, sem dúvida, que os motoristas conduzam seguindo o Código de Trânsito. Além disso, não indico o modal para quem não tem experiência prévia pilotando ou garupando.

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