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Sabedoria do prazer sustentável

Clóvis de Barros Filho defende que a felicidade tem que ser contemporânea ao momento vivido

Por Clóvis de Barros Filho em depoimento a Helena Galante
20 ago 2021, 06h00

PARAÍSO QUE NUNCA CHEGA

Fui vítima de alguns impostores que me fizeram acreditar que a felicidade estava sempre quando alguma coisa fosse acontecer. Fiz o primário esperando que o ginásio seria incrível, o ginásio esperando que o ensino médio seria incrível… Havia um problema: o paraíso não chegava nunca. eu me dei conta de que talvez tenha sido levado no bico por um certo tempo, mas não voltaria a ser levado outra vez.

SATISFAÇÃO É PRA JÁ

Não adianta me vir com promessas para daqui a dois ou três anos. Tem de ser legal no momento em que a vida acontece, até porque a felicidade é um atributo da vida e só pode estar onde a vida está, tem de ser contemporânea. Ou é bacana na imediatidade da experiência ou então eu descarto.

DESFRUTAR A REFLEXÃO

Valorizar a imediatidade não tem nada a ver com ser abilolado e não refletir sobre a vida. Pelo contrário, vem de uma profunda reflexão. A própria reflexão já é fonte de prazer. Acredito na capacidade da razão de evitar erros e experiências medonhas. É preciso que o prazer do imediato não comprometa o prazer do amanhã. Talvez esteja aí o limite a ser sempre considerado, que eu chamaria de sustentabilidade do prazer. Seria estúpido me proporcionar instantes de euforia que comprometessem a possibilidade desses mesmos instantes amanhã. Assim eu estaria me apequenando.

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CAMINHO MAIS SÁBIO

A sabedoria está em ter experiências prazerosas com o que há de mais simples e recorrente. Se o seu prazer depende de coisas complicadíssimas, como ir a Dubai de primeira classe ou fazer turismo interplanetário, ele vai ser raro. Mas se você consegue ter prazer com a brisa fresca no rosto, esse é um prazer mais recorrente.

UM ANTIMANUAL DA VIDA

Não digo nada sobre como ser feliz — se tivesse dicas de como se dar bem, não estaria nessa situação bem mediana que é a de todo professor. Apenas suponho que uma capacidade desenvolvida de refletir sobre a própria existência possa ajudar a ter uma existência aperfeiçoada, mas nem disso eu tenho muita certeza.

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NOVAS QUESTÕES DA HUMANIDADE

As grandes questões da humanidade envolvem ética, liberdade, deus, morte… Mas há questões atreladas ao novo tempo, circunscritas à atualidade. Há a compaixão, a resiliência além do campo profissional, a presencialidade ou virtualidade das relações.

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SEM RESPOSTAS CERTAS

Ao longo da minha trajetória, parte dela fora da universidade, nas redes, eu sempre fui muito hostil à ideia de um guru que se pusesse no lugar das pessoas e pensasse por elas, ofertasse verdades sobre problemas. Jogo alguma luz sobre as questões, abastecido com o pensamento de pessoas que eu estudei, mas invariavelmente cada um deve tirar suas conclusões. E que elas sejam sempre provisórias, que estejamos sempre abertos e arejados ao debate.

Clovis de Barros Filho sorrindo para a foto com um terno semicasual. ele tem barba branca, é careca e está na frente de um fundo escuro
(Marcelo Hallit/Divulgação)

O professor Clóvis de Barros Filho ministra o curso “Manual filosófico para viver melhor” na Casa do Saber, de 23 a 26 de agosto, com inscrições gratuitas. Está no ar no episódio Manual da Vida, do podcast Jornada da Calma.

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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de agosto de 2021, edição nº 2752

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