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A vida nunca se resolve, mas a iluminação é possível

Gustavo Gitti é professor de TaKeTiNa (transformação pelo ritmo), coordenador do olugar.org e facilitador no Centro de Estudos Budistas Bodisatva

Por Gustavo Gitti
Atualizado em 27 set 2019, 10h46 - Publicado em 27 set 2019, 06h00

Em tempos difíceis, até quem está bem está mal! Se você fizer tudo certo, o máximo de sucesso que vai conseguir será como o de Elon Musk (CEO da Tesla Motors), que admitiu ter dificuldade para relaxar e dormir. Diante da intensificação da desigualdade social e da destruição ambiental, cada um de nós oscila entre dois extremos: romantismo e desespero. Talvez agora você esteja empolgado: “O mundo está complicado, mas sou empreendedor, estou apaixonado…”. Ou pode ser que esteja sem energia: “Não aguento ver tantas notícias absurdas, meus amigos ativistas estão tomando remédio, não sei o que fazer…”.

A postura do “vencedor” parece desejável, mas vem cheia de ansiedade, stress e medo. Tal manutenção sem fim nos deixa atarefados, tentando controlar os inúmeros fatores que condicionam nossa felicidade. Alguns chegam a ponto de transformar sua vida em uma empresa que precisa de muita narrativa e storytelling. Viramos seres posados. É cansativo!

Um extremo leva ao outro. Nós nos deprimimos assim que algo colapsa — somos traídos, demitidos ou simplesmente não conseguimos mais dar conta do que construímos. Viramos “perdedores”. O ciclo se reinicia quando estamos tão frágeis e isolados que logo compramos qualquer solução rápida, alimentando picaretas de autoajuda e corporações que só crescem porque devoram a energia de seres humanos. É uma epidemia mundial: correria virando desistência, desistência virando correria.

Há mais de 2 500 anos o Buda previu esse processo sem saída. Já passou da hora de soltar a arrogância e ouvir os seres extraordinários de nossa família humana. Você é a prova de que sua estratégia não deu certo. Reconheça sua mente aflita, seu corpo contraído e as atitudes negativas que já normalizou. Reconheça o limite dessa religião customizada cujo mestre você chama de “eu”.

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A primeira contemplação que podemos fazer é observar como toda felicidade condicionada inevitavelmente gera sofrimento. Cada solução vira um novo problema. Enquanto estivermos emocionalmente dependentes e autocentrados, vamos nos frustrar. O segundo convite é para investigarmos as causas mais profundas do sofrimento. Não é o outro que é perturbador: eu é que me perturbo. O melhor dos lugares não traz contentamento se nossa mente não se alegra. Nosso sofrimento não vem de onde parece vir.

O terceiro insight é uma decorrência. Se a causa do sofrimento não é externa, a liberação é possível. Não estamos condenados! Nenhuma emoção se consolida na base da mente. Nenhuma situação está definida. Tudo segue aberto. A maior transformação é a iluminação, a purificação das confusões e a manifestação de qualidades como generosidade, energia autônoma e compaixão.

A quarta descoberta confronta nossa preguiça. Há caminhos para transformar a mente e beneficiar os seres. Você pode ter lido muito sobre ciúme, mas isso não faz nem cócegas no funcionamento de seus pulmões, que continuam com a operação emocional de um bebê. Entender não basta. Precisamos nos engajar em métodos poderosos para respirar livres da lista de tarefas, mesmo em meio às tarefas. Que você possa descobrir a humildade e a curiosidade que vêm de realmente praticar. Os seres ao seu redor agradecem!

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Gustavo Gitti (Arquivo Pessoal / Reprodução/Veja SP)

Gustavo Gitti é professor de TaKeTiNa (transformação pelo ritmo), coordenador do olugar.org (comunidade online de florescimento humano) e facilitador no Centro de Estudos Budistas Bodisatva — CEBB SP. Seu site é www.gustavogitti.com.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 02 de outubro de 2019, edição nº 2654.

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