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Quando foi a última vez em que teve uma conversa que mudou a sua vida?

Diana Gabanyi e Jackie de Botton refletem sobre mudanças no comportamento e nas ações em todos os âmbitos da vida

Por Diana Gabanyi e Jackie de Botton
Atualizado em 5 abr 2019, 06h00 - Publicado em 5 abr 2019, 06h00

Você se lembra do que conversou no último almoço de domingo em família? A probabilidade de você ter conversado sobre os planos para a semana, a mudança de tempo brusca, a promoção no shopping ou a lição de casa das crianças é enorme. O almoço pode ter sido agradável, mas não passamos da conversa superficial, do bate-papo de elevador. Não foi inesquecível.

Você se lembra da última vez em que teve uma conversa que mudou a sua vida? É difícil, não? Ter uma conversa decente é algo que a maioria de nós imagina que consiga fazer sem problema algum — e certamente sem pensar muito. Mas a verdade é que essas coisas não acontecem naturalmente. Acreditamos no mito romântico de que falar com as outras pessoas é algo que nascemos sabendo fazer. Aceitamos, corretamente, que o improviso total na preparação de uma refeição provavelmente não terá bons resultados, mas não mostramos preocupação em saber como poderemos falar quando a comida estiver servida.

Há alguns meses recebemos na The School of Life um dos nossos cofundadores, o pensador cultural e filósofo Roman Krznaric. Tivemos o privilégio de passar dias com ele em uma turnê pelo Brasil, e a cada momento ele nos instigava com perguntas aparentemente simples mas que não temos o hábito de fazer uns aos outros. Em um voo atrasado, embarcamos em uma conversa sobre a família que tomou rumos inesperados e veio a partir de uma simples pergunta: “Como é morar tão longe dos pais?”. Com mais perguntas sobre o Eu Profundo, ouvimos coisas uns dos outros que jamais havíamos imaginado.

Alguns dias depois, nós nos reunimos em um grupo de seis pessoas para um jantar. Para novamente não cairmos no papinho superficial, sugeriu-se que cada integrante da mesa fizesse uma pergunta para todos responderem que tivesse ligação com alguma emoção. “O que você aprendeu sobre si mesmo nestas últimas semanas?” e “Qual é o seu maior medo?” foram algumas das perguntas que surgiram à mesa. Embora estivéssemos esgotados, nossa mente foi estimulada e expandida pelas pessoas com as quais conversamos. Assumimos riscos, dissemos coisas que nunca havíamos dito antes, ouvimos com a mente aberta e foi uma das noites mais inspiradoras dos últimos tempos.

Desde então, a cada encontro com amigos ou almoço de família, um dos objetivos tem sido mudar o rumo da conversa. Não é uma tarefa fácil. A educação, a timidez e a ideia de que a conversa não sairá daquele patamar pois não concordamos com o parente ou o marido da amiga que pensa de maneira diferente torna-se um impedimento e acabamos presos em encontros do Eu Superficial. Apesar de tomarmos muito cuidado com as partes exteriores da sociabilidade (guardanapos de linho, sopas de abóbora etc.), as conexões do Eu Profundo podem continuar nos escapando. No entanto, a todo momento as pessoas nos dão oportunidades, que podemos aceitar ou ignorar, de ir para o Eu Profundo ou continuar falando com o Eu Superficial.

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Comece a reparar que há escolhas e você pode optar por que caminho tomar em uma conversa, o caminho do Eu Profundo ou o caminho do Eu Superficial. Quando conseguimos mudar a rota da conversa, deixando de trocar apenas fatos e atingindo o Eu Profundo, o encontro valeu a pena. Nada é mais sexy do que uma conversa de verdade.

(THAYS BITTAR/Divulgação)

Diana Gabanyi e Jackie de Botton são sócias-fundadoras da The School of Life Brasil, escola na Vila Madalena sede do encontro mensal Happy Hour de Conversas. No menu, há amor, trabalho, decisões, família e outros grandes temas para uma tarde que começa tímida e termina com largos sorrisos.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 10 de abril de 2019, edição nº 2629.

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