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“Tom na Fazenda” e no celeiro dos vilões em encenação impactante

Rodrigo Portella dirige Armando Babaioff e Gustavo Vaz em peça festejada no Rio de Janeiro que, finalmente, faz temporada em São Paulo

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 21 mar 2019, 13h52 - Publicado em 21 mar 2019, 13h32

O drama Tom na Fazenda, dirigido por Rodrigo Portella, foi a sensação da temporada carioca de 2017, mas demorou para fincar pé em São Paulo. Duas apresentações no Itaú Cultural, naquele mesmo ano, servem de exceção. Enfim em cartaz na cidade, a peça do canadense Michel Marc Bouchard merece tamanha repercussão, principalmente por, sob uma encenação impecável, apresentar uma rara história em que não existem mocinhos e, sim, todos podem aos poucos ser enquadrados na vilania.

Armando Babaioff interpreta o designer de uma agência publicitária que viaja para o funeral do namorado, um jovem de 25 anos, em uma propriedade rural. Por lá, descobre que a sogra (papel de Kelzy Ecard) nem sabia da homossexualidade do filho e enfrenta a agressividade do irmão mais velho (representado por Gustavo Vaz), incapaz de aceitá-lo.

Começa, então, a surpresa da meticulosa dramaturgia de Marc Bouchard. O rapaz estabelece uma estranha relação com os parentes do companheiro, que abrange desde endossar mentiras sobre uma namorada inexistente até embrenhar-se na rotina dos pesados trabalhos domésticos da fazenda. No meio disso, a tensão sexual com o cunhado se acentua e, gradualmente, os personagens revelam instabilidades emocionais.

+ Maria Padilha em “Diários do Abismo”.

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Rodrigo Portella construiu uma encenação vigorosa, soturna e repleta de imagens fortes, em que os personagens não apenas se desestabilizam psicologicamente, mas podem ser vistos em uma permanente deterioração.

Como intérpretes, Babaioff e Vaz são contrastantes. O primeiro extravasa o sentimento, esbraveja, emocionado, o texto, enquanto o outro é econômico, seco em suas falas, enigmático nas ações. Kelzy Ecard também brilha na aparente ingenuidade da mãe, transmitindo uma apatia que, no desfecho, abre brecha para outras leituras. Na reta final, Camila Nhary ganha o palco em uma composição destoante em tamanha unidade e estranheza. Não compromete o conjunto, mas minimiza o impacto (130min). Estreou em 16/3/2019. 18 anos.

+ Teatro do Sesc Santo Amaro. Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 30,00. Até 14 de abril.

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