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“Terrenal — Pequeno Mistério Ácrata”: irmãos em oposição

Dirigida por Marco Antonio Rodrigues, a peça de Mauricio Kartun se consuma graças à interpretação de Danilo Grangheia, Fernando Eiras e Celso Frateschi

Por Dirceu Alves Jr.
28 nov 2018, 11h17

Benditos sejam os textos que encontram à disposição os grandes atores. E, assim, de saída, o drama Terrenal — Pequeno Mistério Ácrata, do argentino Mauricio Kartun, se consuma como uma potente obra graças à interpretação de Danilo Grangheia, Fernando Eiras e Celso Frateschi. Dirigido por Marco Antonio Rodrigues, o poderoso trio traz à tona uma parábola inspirada em elementos bíblicos e de associação imediata com a polarização e a intolerância da sociedade atual.

+ “Chaplin, O Musical” em apresentação gratuita.

Caim (personagem de Eiras) é o irmão mais velho, aquele que assumiu o controle das terras da família e se tornou um orgulhoso produtor de pimentões. Capitalista ferrenho, ele não entende Abel (representado por Grangheia), o caçula, apreciador do ócio, que vende iscas aos pescadores e perturba a sua paz como vizinho do mesmo lote. O retorno do pai, o Tata (papel de Celso Frateschi), depois de duas décadas, sepulta qualquer chance de uma convivência amistosa entre os dois. Omisso, Tata percebe a relação tempestuosa entre os filhos, mas lava as mãos como se nada tivesse a ver com isso.

Marco Antonio Rodrigues criou uma encenação que resvala o tempo inteiro do trágico iminente para o cômico inevitável. Grangheia, acostumado ao estilo do diretor, tira de letra a proposta circense e apresenta o seu Abel como um clown em permanente deboche diante da arrogância de Caim. Artista de técnica apurada, Eiras foge da vilania e recorre a uma trilha poética, alcançando momentos de impacto em alguns solos e números musicais, como a citação de Melodia Sentimental, de Villa-��Lobos.

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+ Elias Andreato e Claudio Fontana em “Estado de Sítio”.

Surpreendente em meio a esse desenho pouco realista, Frateschi se apropria das palavras de Tata para abraçar um discurso irônico que cresce ao atingir a melancolia e culmina em um mea-culpa de múltipla compreensão. Longe dos estereótipos, os personagens são falhos, ridículos e, por isso, tornam-se reconhecíveis aos olhos da plateia, mérito de uma direção segura. Participação especial de Demian Pinto (110min). Estreou em 22/11/2018. 16 anos.

+ Teatro do Sesc Santo Amaro. Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro. Quinta a sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 20,00. Até o dia 16.

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