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“Quando as Máquinas Param”: o amor em tempos de crise

O drama de Plínio Marcos, dirigido por Augusto Zacchi, encontra reflexo imediato no momento de recessão atravessado pelo país nos últimos anos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 1 nov 2018, 13h46 - Publicado em 1 nov 2018, 13h45

O dramaturgo santista Plínio Marcos (1935-1999) é onipresente nos palcos paulistanos, na maioria das vezes, por causa do clássico Navalha na Carne. Em sua obra, porém, existem alguns outros títulos expressivos que costumam passar despercebidos aos encenadores. É o caso do drama Quando as Máquinas Param — assim como Navalha na Carne, escrito em 1967 —, que encontra reflexo imediato no momento de crise e recessão atravessado pelo país nos últimos anos.

O jovem casal Zé e Nina (representado por Cesar Baccan e Carol Cashie) nunca conheceu a fartura, mas pagava o aluguel em dia, forrava bem o estômago e planejava entrar em um crediário para comprar uma televisão no próximo mês.

Uma demissão em massa na fábrica em que Zé trabalhava como operário faz o orçamento desabar, e nem as costuras de Nina para a vizinhança mais abonada aliviam as contas pendentes. O desânimo do marido se transforma em um sentimento de humilhação e, na sequência, em uma revolta que afunda os dois na miséria e ameaça o relacionamento.

O texto ganha uma direção apurada de Augusto Zacchi, que estreia na função, depois de destacadas interpretações nas peças Gata em Telhado de Zinco Quente e Anti-Nelson Rodrigues, comandadas por Eduardo Tolentino de Araujo. A encenação prima por detalhes cenográficos sutilmente explorados, como o rádio em que Nina ouve as novelas ou a prateleira em que a moça empilha o arroz e o feijão ofertados pela mãe.

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+ Em musical, Elza Soares atinge o patamar dos personagens atemporais.

O texto, um contundente retrato dos desfavorecidos, é valorizado pelos protagonistas. Mais ativo como produtor, Cesar Baccan encontra em Zé um novo personagem que lhe possibilita imprimir sua marca de ator, como já havia conseguido na pele de Leleco, em Anti-Nelson Rodrigues. Carol Cashie, por sua vez, desafia a aparência angelical e alcança a transição de uma Nina romântica para uma mulher forte e, por fim, devastada. Supervisão artística de Oswaldo Mendes (60min). 12 anos. Estreou em 12/10/2018.

+ Teatro Aliança Francesa — Sala Atelier (40 lugares). Rua General Jardim, 182, Vila Buarque. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h30. R$ 30,00. Até 2 de dezembro.

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