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Otávio Martins dirige “O Bosque Soturno” e “La Estupidez”

Também ator, ele comanda o drama do americano Neil LaBute e a comédia do argentino Rafael Spregelburd

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 15 fev 2017, 11h53 - Publicado em 15 fev 2017, 11h47

O Bosque Soturno. Um dos grandes dramaturgos da atualidade, o americano Neil LaBute provoca o espectador com histórias que fogem do politicamente correto e, por isso, costumam ser perturbadoras. Restos, protagonizada por Antonio Fagundes, Gorda, com Fabiana Karla, e Baque, defendida por Emílio de Mello e Deborah Evelyn, são exemplos. O drama O Bosque Soturno toca em um dos grandes tabus da sociedade, o incesto, e com uma naturalidade tamanha que o tema se torna apenas mais um entre tantas questões abordadas na peça. Betty (interpretada por Guta Ruiz) é uma professora universitária, enquanto o irmão, Bob (papel de Pedro Bosnich), vive de subempregos. Os dois se encontram para esvaziar um imóvel alugado, desocupado há pouco pelo inquilino, e começam um acerto de contas referente ao passado familiar. O diretor Otávio Martins construiu uma encenação que aposta em um clima de mistério. O público demora a entender as motivações de cada um naquela cabana, em meio a uma chuva incessante, e a razão do misto de agressividade e mágoa sublinhado nos diálogos. Para isso, os desempenhos de Guta e Bosnich são determinantes. Ela carrega a altivez e uma tensão disfarçada necessárias para a personagem, enquanto Bosnich, aos poucos, sai do antagonismo para revelar a personalidade da irmã (60min). 16 anos. Estreou em 2/2/2017.

+ Teatro Eva Herz – Livraria Cultura. Avenida Paulista, 2073. Quinta e sexita, 21h. R$ 40,00. Até 24/3/2017.

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La Estupidez (Edson Lopes Jr.)

La Estupidez. É um daqueles espetáculos capazes de surpreender até o último instante. A peça do argentino Rafael Spregelburd apresenta uma trama picotada influenciada pelo humor inglês, principalmente do grupo Monty Python, com um pé firme no besteirol, subgênero que raras vezes  equilibra inteligência e bom gosto. Em uma estrada do deserto de Las Vegas, no início dos anos 80, cinco quartos de um hotel são ocupados por diferentes hóspedes. Em comum, todos querem se dar bem a qualquer preço. Entre os 25 personagens, dois golpistas tentam passar adiante um quadro roubado,  um cientista negocia a venda de uma fórmula matemática e um ator quer se livrar da irmã deficiente. Há também mafiosos italianos ávidos por fabricar uma estrela pop e dois policiais gays que, sem êxito, tentam colocar ordem no pedaço. Fundamental, a versatilidade do elenco é comprovada a cada cena. Para se dividir na extensa galeria de tipos, Cristiane Wersom, Juliana Araripe, Marcello Airoldi, Thiago Adorno e Thiago Albanese trocam de roupa 97 vezes em segundos, além de diversificar posturas, sotaques e entonações de voz. O diretor Otávio Martins calculou cada detalhe com precisão sem engessar os intérpretes e vai na contramão de uma tendência. Se o comum é colocar no palco atores de cara limpa e apoiados no improviso, La Estupidez investe em artistas capazes de segurar diferentes caraterizações em uma história de empatia progressiva, que obriga o público a ficar atento aos detalhes para gargalhar nessa viagem (100min). 14 anos. Estreou em 28/9/2016.

+ Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 40,00 a R$ 60,00. Até o dia 26.

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