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“Os Sete Afluentes do Rio Ota”: o encanto de uma peça que resiste ao tempo

O espetáculo, dividido em sete partes, traça um fascinante painel das relações humanas em um mundo globalizado

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 7 nov 2019, 18h22 - Publicado em 7 nov 2019, 18h15

Monique Gardenberg estreou o seu grande trabalho no teatro, o drama épico Os Sete Afluentes do Rio Ota, há dezesseis anos e gerou uma comoção duradoura em boa parte da plateia. É louvável o seu misto de coragem e segurança ao remontar o texto do canadense Robert Lepage com seus 300 minutos em um tempo em que o público quase passa mal de ficar uma hora sem acionar o celular ou conversar com o colega ao lado. Monique sabe das coisas, e o resultado é tão arrebatador quanto o provocado pelo original, inclusive para aqueles que o aplaudiram.

A peça, dividida em sete partes, é ambientada em cidades como Hiroshima, Nova York, Amsterdã e Osaka e calcada em contrastes entre Ocidente e Oriente, guerra e paz, vida e morte. Em 1945, uma menina (a atriz Chandelly Braz) fica cega por causa dos efeitos dos bombardeios em Hiroshima. No mesmo lugar, um fotógrafo americano (papel de Caco Ciocler) registra os efeitos da guerra na casa de uma mulher (interpretada por Marjorie Estiano), e os dois têm um envolvimento.

Duas décadas depois, o filho deles, o músico Jeffrey (o ator Jiddu Pinheiro), tenta a sorte nos Estados Unidos e se hospeda na pensão onde moram o pai e o filho mais velho dele (o mesmo Ciocler). Passados cinco anos, em Osaka, um diplomata e sua mulher (vividos por Thierry Tremouroux e Marjorie) recepcionam uma companhia de teatro em turnê pelo Japão. Os fatos vão se sucedendo até o começo do século XXI, e os destinos se cruzam em um fascinante painel das relação humanas em um mundo globalizado.

O elenco, de catorze atores, que reúne ainda Giulia Gam, Bel Kowarick, Helena Ignez, Sérgio Maciel e Johnny Massaro, entre outros, se desdobra entre tipos desafiadores no poderoso teatro de imagens promovido por Monique. Tudo é muito próximo ao cinema e, por isso, tão impressionante na sua teatralidade. Preste atenção nos ótimos desempenhos de Silvia Lourenço na pele da menina Jana Capek e de Caco Ciocler como Jeffrey O’Connor.

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Os Sete Afluentes do Rio Ota exige disposição do espectador, por causa da duração e de suas cenas longuíssimas e, não raras vezes, pontuadas pelo silêncio, mas proporciona uma extraordinária experiência, daquelas que não se descartam facilmente da memória (320min, com intervalo). 14 anos. Estreou em 25/10/2019.

+ Sesc Pinheiros — Teatro Paulo Autran. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Quinta a domingo, 18h. R$ 50,00. Até 1º de dezembro.

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