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“O que Mantém um Homem Vivo?”: Renato Borghi e os valores duradouros

O ator protagoniza e dirige releitura de peça, baseada em obras do alemão Bertolt Brecht, em que contracena com Elcio Nogueira Seixas e Georgette Fadel

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 9 dez 2019, 10h59 - Publicado em 21 nov 2019, 13h29

Em 1973, recém-saídos do Teatro Oficina, Renato Borghi e Esther Góes protagonizaram um espetáculo apoiado na consistência de um texto. A dramaturgia tradicional andava fora de moda, tanto porque era difícil driblar a censura dos militares como por causa do experimentalismo, transformado em regra no diálogo com a vanguarda.

A peça-manifesto O que Mantém um Homem Vivo?, baseada em obras do alemão Bertolt Brecht, ganha mais uma releitura, quase cinco décadas depois, dirigida por Borghi, que contracena com Elcio Nogueira Seixas e Georgette Fadel, sob a supervisão de Diego Fortes.

Os dias de hoje não podem ser definidos como ditatoriais nem como de esperanças renovadas, ao contrário das vésperas da redemocratização, em 1982, quando Borghi e Esther recorreram ao roteiro pela segunda vez. É impressionante, no entanto, como as cenas se mostram contextualizadas em um país que atravessa um conflito de identidade.

A bondade se faz representada em trecho de A Alma Boa de Setsuan (1941), interpretado por Georgette e Nogueira Seixas, em que uma prostituta é questionada sobre como pode ser proprietária de uma loja. Com Borghi e Georgette, Galileu, Galilei (1943) traz à tona o cientista acuado diante da oposição da Igreja.

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+ Lee Taylor interpreta Calígula com entrada franca.

Em tom absurdo, Georgette ainda brilha como o perplexo juiz de Terror e Miséria no Terceiro Reich (1938), gerando risos da plateia seguidos de associação com o atual momento político. A delação atinge caráter crítico em fragmento de A Ópera dos Três Vinténs (1928) costurado com menos vigor a Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1930).

O monólogo protagonizado por Borghi no encerramento, porém, sintetiza a mensagem do conjunto. O papel do homem, seja no palco, seja no cotidiano, tem forte ressonância na voz do artista, que, aos 82 anos, é um caso raro de trajetória construída sem concessões ou adequações aos modismos (120min). 14 anos. Estreou em 16/11/2019.

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+ Teatro Anchieta — Sesc Consolação. Rua Doutor Vila Nova, 245, Vila Buarque. Quinta a sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até 15 de dezembro.

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