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“O Ovo de Ouro”, de Luccas Papp: as memórias imaginadas de um judeu

O drama, que tem direção de Ricardo Grasson e Sérgio Mamberti à frente do elenco, impressiona por ter sido escrito pelo jovem autor aos 21 anos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 nov 2019, 11h42 - Publicado em 27 nov 2019, 11h34

É evidente a maturidade do texto do drama O Ovo de Ouro, escrito por Luccas Papp, que está em cartaz sob direção de Ricardo Grasson. Impressiona, porém, saber que o autor, hoje com 27 anos, criou a peça em 2014, quando tinha entre 21 e 22. Tanto pela escolha de temas densos como pela estrutura e soluções pouco óbvias, pode-se verificar um talento promissor.

Em dias não distantes da atualidade, o judeu Dasco Nagy (interpretado por Sérgio Mamberti) conta a uma jornalista (papel de Rita Batata) suas memórias de infância e adolescência até chegar ao campo de concentração de Auschwitz, durante o Holocausto.

Ele relata as experiências traumáticas no período do nazismo, como a morte de pessoas próximas, e sua contribuição involuntária ao sistema. Dasco (vivido, na juventude, pelo próprio autor) serviu ao sonderkommando, unidades formadas por prisioneiros que trabalharam nas câmaras de gás e nos crematórios de Auschwitz.

O plano da realidade atinge paralelos constantes com o da memória — ou da alucinação — em uma eficiente amarração. Em cenas dinâmicas, circulam ainda o seu melhor amigo, Sándor (representado por Leonardo Miggiorin), a prisioneira Judit (a mesma Rita) e o comandante Weber (Ando Camargo). Não tarda para os detalhes escaparem de Dasco, assim como referências posteriores à década de 40.

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Nessa hora, o texto dá um salto. A composição emocionada de Sérgio Mamberti, marcada por um olhar que gradualmente parece perder o foco, norteia o afinado elenco. Ando Camargo surpreende em um trabalho enérgico, e Miggiorin contrasta em trilha mais sensível. Rita convence como as diferentes personagens, e Papp também se justifica na defesa do seu personagem (110min). 14 anos. Estreou em 21/11/2019.

+ Teatro do Sesc Santo Amaro. Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro. Quinta e sexta, 21h; sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 30,00. Até o dia 15.

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