Musical “Na Pele” é uma boa ideia, mas não foi desta vez
Produção precária e fragilidades técnicas prejudicam montagem sobre um grupo de adolescentes em um internato americano
O amadurecimento do mercado de musicais impõe algumas barreiras aos artistas. Por mais que haja garra, talento e boas intenções, não é possível perdoar produções precárias e fragilidades técnicas, nem mesmo diante de uma história relevante. Esse é o caso de Na Pele, sucesso do circuito off-Broadway criado por Jon Hartmere e Damon Intrabartolo, que ganhou versão brasileira de Bruno Sigrist e Diego Montez.
O enredo trata de um grupo de adolescentes em um internato americano em meio ao despertar da sexualidade e às crises de identidade decorrentes da moral vigente. A trama mais impactante envolve Jonas (papel de Montez), que se apaixona por Pedro (o ator Mateus Ribeiro) mas teme perder o status de atleta popular se for descoberta sua homossexualidade. A gordinha Nadia (a atriz Vania Canto), por sua vez, despreza a linda Eva (Thuany Parente), uma patricinha namoradeira, que é sua companheira de quarto.
As versões das canções para o português complementam os conflitos dos personagens, e os atores, em sua maioria, defendem com esmero seus tipos. No entanto, os problemas de som e microfonia impedem o público de ouvir os diálogos e as letras. As falhas na sessão de 21 de novembro não foram pontuais, segundo a própria produção, e Na Pele tem potencial para voltar em outro momento, ancorada em mais recursos. Direção cênica de Léo Rommano e musical de Paulo Nogueira (150min). 16 anos. Estreou em 31/10/2018.
+ Teatro Augusta — Sala Paulo Goulart. Rua Augusta, 943, Consolação. Quarta e quinta, 21h. R$ 60,00. Até o dia 20.