Legado de William Shakespeare é celebrado na cidade quatro séculos depois em peças, debates e eventos especiais
O maior dramaturgo de todos os tempos, aquele que melhor traduziu a sociedade ocidental, se foi há quatro séculos. William Shakespeare morreu em 23 de abril de 1616 e, desde lá, o mundo jamais deixou de celebrar seu legado. Em São Paulo, uma média de dez montagens explora anualmente seus textos. A efeméride, claro, não será passada […]
O maior dramaturgo de todos os tempos, aquele que melhor traduziu a sociedade ocidental, se foi há quatro séculos. William Shakespeare morreu em 23 de abril de 1616 e, desde lá, o mundo jamais deixou de celebrar seu legado. Em São Paulo, uma média de dez montagens explora anualmente seus textos. A efeméride, claro, não será passada em branco. Algumas homenagens já começaram no ano passado e seguem em cartaz para os amantes da obra do bardo inglês.
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Uma delas é a tragédia “Otelo”, dirigida por Débora Dubois, que pode ser vista até o dia 28, nas quartas e quintas, no Teatro Faap. No palco, Rafael Maia interpreta o invejoso Iago, que enche a cabeça do personagem-título (vivido por Samuel de Assis) e gera uma enorme desconfiança em relação à integridade da mulher dele, Desdemona (papel de Samara Felippo).
Especialista em Shakespeare, o encenador Ron Daniels também antecipou serviço com relevantes montagens para a tragédia “Macbeth” e a comédia “Medida por Medida”. Thiago Lacerda e Giulia Gam lideram o elenco que, depois de se apresentar entre novembro e janeiro no Sesc Vila Mariana, corre o Brasil e volta a São Paulo na segunda quinzena de julho no Teatro Sérgio Cardoso.
A Cultura Inglesa dá início neste sábado (9) a uma intensa programação. Com adaptação e direção de escocesa Shona Cowie, a peça “RAMP!” tem como inspiração o clássico “A Megera Domada”. Remete, porém, a um contexto social e político para mostrar a juventude e até o caso das ocupações de escolas públicas de São Paulo. “Hoje, em 2016, Shakespeare vai além de ser um dramaturgo conhecido mundialmente, ele é muito mais que uma simples peça teatral, é a expressão do que é a verdadeira arte”, afirma Shona. “RAMP!” terá sessões de 9 a 24 de abril, sábados e domingos, às 20h, com entrada franca no Espaço Cultura Inglesa Vila Mariana, na Rua Madre Cabrini, 413.
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A programação inclui ainda a peça “Cymbeline XXI: A Rehearsal”, que entra em cartaz no dia 16 no Teatro Cultura Inglesa Pinheiros, ocupando o palco aos sábados e domingos, às 16h, até 1º de maio. Para encerrar as homenagens, no dia 27, às 20h, a Sala Cultura Inglesa, do Centro Brasileiro Britânico, oferece o sarau “Reading With The Ears”, dedicado aos sonetos e poemas de Shakespeare. Esse ano, as interpretações ficam por conta do ator brasileiro Gabriel Braga Nunes e do britânico Dominic Rye.
Também gratuita é a programação proposta pelo Centro Cultural Banco do Brasil, entre os dias 20 e 25, batizada de “Fórum Shakespeare”. Debates, oficinas e uma montagem inédita de “Macbeth” são prometidas. Com direção do inglês Greg Hicks, a montagem teve o elenco brasileiro selecionado em parceria com a SP Escola de Teatro, os mineiros do Grupo Galpão e os cariocas do Nós no Morro e os ensaios se realizam na Funarte, na Santa Cecília.
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A história do general que, incentivado pela ambiciosa mulher, faz de tudo para chegar ao trono da Escócia tem apresentações previstas para os dias 20, 22, 23, 24 e 25, quarta, sábado e segunda, às 20h, sexta, às 16h e 20h, e domingo, às 16h e 19h. A entrada é franca, e os ingressos serão distribuídos na bilheteria do CCBB uma hora antes das sessões.
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Depois de abril, Shakespeare deve continuar firme nos palcos da cidade. O produtor e diretor Alexandre Brazil promete a peça “Um Rio de Infância para Shakespeare”, texto inédito de Jorge Miguel Marinho inspirado em poemas sobre Shakespeare e Jorge Luis Borges. Enquanto isso, o ator Caco Ciocler deve assumir o posto de diretor em uma encenação de “Tito Andrônico”. O próprio Ciocler protagonizou no ano passado uma ousada versão de “Julio Cesar”, “Caesar – Como Construir um Império”, sob o comando de Roberto Alvim.
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