“Cobra na Geladeira”: conflitos congelados de Brad Fraser
O texto do autor canadense, escrito em 2000, ganhou direção de Marco Antônio Pâmio e pode ser visto no Teatro Viradalata, em Perdizes
O autor canadense Brad Fraser conheceu o sucesso na década de 90 e início dos anos 2000 com textos sobre uma juventude desnorteada. Amor e Restos Humanos e Pobre Super-Homem são exemplos. Inédito no Brasil, o drama Cobra na Geladeira foi escrito nessa fase, em 2000.
+ “As Irmãs Siamesas” no Teatro Aliança Francesa.
A história se desenrola em uma república, habitada por rapazes e moças sem perspectivas. Eric (papel de Rodrigo Basso) levanta dinheiro com homens mais velhos e acredita que seus problemas seriam amenizados se tivesse um órgão sexual avantajado. Adrian (Gustavo Moura) se vira nos bastidores de filmes pornográficos sem o total conhecimento da namorada (Marina Possebon), enquanto Dany (Juliane Arguello) é uma stripper que cuida da irmã adolescente, Sarah (Tailine Ribeiro). Estranho no ninho, Tony (Esdras de Lúcia) imagina ser capaz de subir na vida trabalhando em um restaurante.
+ Vivianne Pasmanter e Marcello Airoldi em “Amor Profano”.
Esses são alguns dos dez personagens de uma peça representativa da época em que foi criada. Os conflitos íntimos, como os traumas de Eric e Sarah, podem não ter envelhecido, mas da forma como estão apresentados soam datados, principalmente no que diz respeito à internet e o comportamento dos jovens diante dela. Rodrigo Basso se revela promissor em um elenco que conta com Felipe Hofstatter, Lui Vizotto e Regina Maria Remencius. Direção de Marco Antônio Pâmio (120min). 16 anos. Estreou em 3/8/2018.
+ Teatro Viradalata. Rua Apinajés, 1387, Perdizes. Sábado, 21h30; domingo, 18h30. R$ 20,00. Até 25 de novembro.