Imagem Blog

Na Plateia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
Continua após publicidade

Clarisse Abujamra volta com “Antonio – Da Tua Tão Necessária Poesia”

Acompanhada pelo pianista e seu irmão Ivan Abujamra, a atriz paulistana Clarisse Abujamra emociona e diverte desde 2002 com o recital “Antonio – Da Tua Tão Necessária Poesia”. Dirigida pela prima Márcia Abujamra, ela alinhava palavras de Bertolt Brecht, Fernando Pessoa e Arnaldo Antunes, entre outros, a fragmentos autobiográficos. Clarisse, 64 anos, se despe para […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 11h32 - Publicado em 27 jan 2013, 08h03

Clarisse Abujamra apresenta recital sobre os Antonios que marcaram sua vida (Foto: Roberto Nemanis)

Acompanhada pelo pianista e seu irmão Ivan Abujamra, a atriz paulistana Clarisse Abujamra emociona e diverte desde 2002 com o recital “Antonio – Da Tua Tão Necessária Poesia”. Dirigida pela prima Márcia Abujamra, ela alinhava palavras de Bertolt Brecht, Fernando Pessoa e Arnaldo Antunes, entre outros, a fragmentos autobiográficos. Clarisse, 64 anos, se despe para falar de afeto e, sincera, encanta o espectador com histórias sobre os Antonios de sua vida. O espetáculo volta na segunda (28) no Teatro da Livraria da Vila do Pátio Higienópolis em sessão para convidados. A temporada prossegue todas as segundas-feiras, inclusive a de Carnaval, até 29 de abril, às 20h, com ingressos a R$ 40,00.

“Antonio – Da Tua Tão Necessária Poesia” já tem onze anos. A que você credita essa longevidade?

Como diz o poeta, “volta sempre o amor”. Esse poema diz exatamente o que é o espetáculo. É curioso isso, mas “Antonio – Da Tua Tão Necessária Poesia” chega e vai, passa um tempo e volta. Afinal, ele fala de amores, e os amores são sempre assim, vão e voltam, não? Esse trabalho realmente encanta as pessoas. E atinge gente de todas as idades. Para mim, isso é mérito da poesia, dos belos textos. São clássicos e, logo, eternos, absurdamente lindos.

Explique quem é cada um dos Antonios que a inspirou e o que cada um representa na sua vida.

O primeiro é Antonio Abujamra, meu tio, o amigo e meu crítico mais ferrenho desde sempre. Depois vem Antonio Gades, a paixão da menina bailarina pelo grande profissional, um homem enlouquecedor. O terceiro é Antonio Fagundes, que, para mim, representa o amor, a minha família, o pai dos meus filhos e para sempre um querido. O último é o Antonio Fagundes Neto. Bem, esse eu vou definir só como meu filho. É o amor incondicional, nem com mil palavras eu conseguiria dizer o que ele representa para mim.

Existe um texto formatado que segue à risca ou tem mais um roteiro informal e você é guiada por suas emoções?

Continua após a publicidade

Ah, eu troco alguns poemas e também as histórias de vez em quando. Para essa temporada, eu mexi em algumas coisas. Acho que ficou mais ágil e excitante.

Como consegue expor questões pessoais sem parecer invasiva com os outros, principalmente por tratar de gente tão conhecida?

Eu só percebi que estava expondo vários momentos da minha intimidade quando ouvi a primeira exclamação da plateia. São histórias tão bonitas e sobre pessoas que respeito tanto que eu diria que tudo o que conto ali é um direito adquirido. Nunca pedi permissão e nenhum dos meus Antonios.  E faço de uma forma que é uma prova de amor e de respeito incontestáveis.

É impressão ou o cinema está mais presente em sua vida que o teatro?

É bem verdade que tenho recebido mais convites para cinema, mas não foi sempre assim. Quando filmei “Anjos do Arrabalde”, dirigido pelo Carlão Reichenbach em 1987, ganhei até prêmio e pensei que tivesse entrado para mundo do cinema. Mas só 20 anos depois, a cineasta Laís Bodanzky me chamou para um novo filme, o “Chega de Saudade”, e, por coincidência, trabalhando de novo ao lado da minha amiga Betty Faria. E, de repente ano passado, eu fiz três longas-metragens. Um deles, inclusive, foi uma coprodução entre Alemanha, Áustria e Brasil, que deve ser exibida em Berlim. Era a única brasileira do elenco. Os outros são “Carisma Imbecil” e “A Coleção Invisível”.

Fala um pouco deles.

Continua após a publicidade

Ser dirigida pelo Sérgio Bianchi em “Carisma Imbecil” foi uma surpresa. Não o conhecia e lidar com sua loucura e sua inteligência chega a ser altamente estimulante para o ator. Com o Bernard Attal, diretor de “A Coleção Invisível”, foi outra coisa. Sabia exatamente o que queria e isso é bom demais.

O Walmor Chagas também fez esse filme, não?

Sim, a presença do Walmor foi um triunfo. Ele arrasou, todo mundo vai ver isso. Sentirei sempre saudade e vontade de contracenar com ele. Já havíamos feito juntos um espetáculo, o musical “Deus lhe Pague”, mas isso foi lá no Rio de Janeiro dos anos 70.

Os produtores de teatro não estão lembrando mais de chamá-la?

Esse ano, se tudo der certo, o Fernando Padilha e a Clarissa Rockenbach vão produzir “Cenas de uma Execução”, que acabei de traduzir. Trata-se de uma peça do inglês Howard Barker e, assim, comemorarei 45 anois de palco. São 18 artistas em cena. Quero ainda realizar um espetáculo que mistura teatro e dança, dirigir uma peça de Edmond Ronstand e terminar um livro que estou escrevendo aos poucos e ainda mão tem uma cara. Não sei se é romance, depoimento, crônica. Projetos de minha cabeça parideira, que nunca me dá paz, sempre existem. Ah, mas não tem nada melhor que o palco. Lá, eu não tenho medo de nada e aceito qualquer desafio sem pestanejar.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.