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Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
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Centro Internacional de Teatro Ecum: uma programação em busca da fidelidade do público

Desde o final de fevereiro, um casarão de cores fortes chama a atenção na Rua da Consolação, bem em frente ao cemitério. É o Centro Internacional de Teatro Ecum. Uma programação de indiscutível qualidade é oferecida ao público de terças a domingos nas suas três salas – 134, oitenta e sessenta lugares respectivamente. O retorno […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 00h51 - Publicado em 19 jul 2013, 15h00

Centro Internacional de Teatro Ecum: movimento na Rua da Consolação (Foto: Divulgação)

Desde o final de fevereiro, um casarão de cores fortes chama a atenção na Rua da Consolação, bem em frente ao cemitério. É o Centro Internacional de Teatro Ecum. Uma programação de indiscutível qualidade é oferecida ao público de terças a domingos nas suas três salas – 134, oitenta e sessenta lugares respectivamente. O retorno tem sido significativo, principalmente se levarmos em conta a escassez de pagantes na maioria dos teatros da cidade. Em menos de cinco meses, 37 montagens foram vistas por mais de 15.000 espectadores. O ingresso custa em média R$ 40,00, e o ponto se transformou em cult para artistas e público. Os produtores querem apresentar suas peças lá, e a plateia tem correspondido à pauta. Em 16 de julho, a equipe do Centro Internacional de Teatro Ecum ganhou um afago. Na lista de indicados ao Prêmio Shell 2013, referente ao primeiro semestre, lá está o conselho gestor como finalista na categoria “inovação” pela “realização plural de seu projeto artístico-pedagógico”. Responsável pela programação, o diretor artístico Ruy Cortez conversou com a gente sobre esses primeiros meses do Ecum.

Cortez: diretor artístico pedagógico (Foto: Bob Sousa)

Tudo pela fidelidade do público

“O objetivo é reunir a diversidade da cena paulistana em um só lugar. Levando em consideração, claro, o nível de excelência dos espetáculos. Queríamos um espaço que conquistasse a fidelidade do público. Aqui, não temos a cultura de ser frequentador de um teatro específico. Mas em Buenos Aires, por exemplo, é comum um teatro formar público devido à programação. O espectador sai de casa disposto a ver uma peça e sabe que encontrará algo que vale a pena naquele lugar, mesmo que não tenha referências do diretor ou do ator. Quem vier ao Ecum, pode ter a certeza de que ali terá um bom espetáculo. O espectador pode vir no escuro que não será traído.”

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O papel da curadoria

“Essa qualidade de programação ficou um tanto dispersa em São Paulo. Poucos teatros apresentam uma preocupação artística com as montagens oferecidas. Nós acreditamos na potência do nosso teatro. Não temos um significativo apoio público ou privado. Dependemos da bilheteria. A cena paulistana está em constante renovação, então até para o espectador é difícil peneirar o que tem de interessante em cartaz. O Ecum procura exercer um pouco esse papel. Faz o recorte do que considera relevante na cidade.”

Comunicação entre guetos

“A cena paulistana é dividida em muitos guetos. Fica difícil para artistas e produtores encontrarem um canal de comunicação. Nós queremos deixar de alimentar isso. A proposta é justamente colocar em cartaz simultaneamente espetáculos de diferentes estilos e propostas. Trata-se de uma tentativa de criar um atrito entre os artistas e, quem sabe, até estimulá-los em futuras criações e parcerias.”

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Diálogo com o resto do Brasil

“Com a temporada de Árvores Abatidas ou Para Luis Melo, que veio de Curitiba, vimos que é possível abrir a grade para produções de outros estados. Teve até a indicação da Rosana Stavis ao Shell de melhor atriz. Espetáculos da Bahia, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul devem passar por aqui em breve. Um sonho seria mostrar continuamente espetáculos do Brasil inteiro, sempre ter pelo menos uma produção de outro estado em cartaz.”

O sonho da casa cheia

“Precisamos derrubar o mito de que nenhum espetáculo se paga com bilheteria. Comunicação a uma Academia, Música Para Cortar os Pulsos, Stela do Patrocínio e WWW Para Freedom tiveram sessões lotadas. O mesmo acontece com Cândida e Myrna Sou Eu, que trazem um público diferente para cá, longe do perfil das produções mais alternativas. E esse público pode se interessar pela programação da sala ao lado, voltando na semana seguinte. Alguns espetáculos fizeram temporadas muito curtas, de três semanas, e demonstraram fôlego para dois ou três meses. Isso mostra que algo está muito errado no teatro paulistano. Com tantos teatros vazios por aí, deve faltar algum tipo de comunicação entre quem gosta de ir ao teatro e quem oferece teatro ao público.

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Augusto Zacchi, Anna Cecília Junqueira e Paloma Galasso em “Senhorita Julia” (Foto: Claudinei Nakasone)

O que vem por aí:

Senhorita Júlia, direção de Eduardo Tolentino de Araújo. De 9/8 a 8/9.

Agreste, direção de Marcio Aurelio. De 10/8 a 8/9.

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Anatomia Frozen, direção de Marcio Aurelio. De 14/8 a 5/9.

Anatomia Woyzeck, direção de Marcio Aurelio. De 9/8 a 8/9.

Azirilhante, direção de Daniela Duarte. 7/8 a 12/9.

O Ovo e a Galinha, direção de Vanessa Bruno. De 24/8 a 8/9.

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Isso te Interessa?, direção de Marcio Abreu. De 13 a 15/9.

Ilíada – Canto 1, direção de Octavio Camargo. 16 e 17/9.

O Natimorto, direção de Mário Bortolotto. De 11/9 a 3/10.

Por Parte do Pai, direção de Epaminondas Reis. De 20 a 24/9.

Cachorros Não Sabem Blefar, direção de Byron O’Neill. De 27/9 a 6/10.

O Natal de Harry, direção de Georgette Fadel. De 25/9 a 31/10.

Music Hall, direção de Luiz Päetow. De 27/9 a 20/10.

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