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“Brian ou Brenda?”: questão de identidade e gênero em encenação corajosa

Yara de Novaes e Carlos Gradim criam direção libertária para drama real escrito por Franz Keppler com toques ficcionais

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 17 out 2019, 17h51 - Publicado em 17 out 2019, 11h30

Em um segundo semestre repleto de atrações surpreendentes, o drama Brian ou Brenda? sobressai graças a um conjunto de ousadias referentes à dramaturgia, encenação e interpretação. O autor Franz Keppler recria com liberdade ficcional um caso real que ganha encenação corajosa de Yara de Novaes e Carlos Gradim.

Em 1965, os gêmeos Brian e Bruce nasceram perfeitos, para a alegria de seus pais, mas, pouco tempo depois, quando eles estão com 8 meses, uma pequena dificuldade para urinar faz com que ambos sejam submetidos a uma cirurgia de fimose. Um erro médico, porém, nublou o sonho da família perfeita.

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Brian teve o pênis cauterizado e, desesperados, os pais acabaram acatando a decisão radical de um psicólogo de criar o garoto como menina. Assim, Brenda cresceu atormentada, na ânsia de ter sua história reconstituída. Nunca se sentiu confortável na condição feminina imposta, assim como sua família, que começou a ruir. O pai caiu em depressão, a mãe recorreu ao alcoolismo para segurar a barra e Bruce, o irmão gêmeo, se tornou dependente químico.

O conflito da identidade de gênero é imposto aos olhos do espectador em uma libertária direção concebida por Yara e Gradim, incapaz de se prender a rótulos e convenções. Em um primeiro momento, cada ator do elenco tem um papel definido. Quando a família começa a desmoronar, Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Marcella Maia e Paulo Campos passam a se revezar entre todos os personagens, independentemente de sexo ou perfil físico.

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+ Morre o diretor Francisco Medeiros.

O recurso testa a atenção da plateia e também a capacidade de aceitação de cada um na hora de comprar os dramas ali vividos. Para o elenco, também se mostra um tremendo estímulo. Lavínia Pannunzio e Augusto Madeira, inicialmente representantes dos pais, são destaques óbvios. Daniel Tavares alcança bom rendimento, em especial na pele de David, personagem-chave na virada da trama. Keppler, Yara e Gradim construíram um espetáculo não apenas engajado em um tema polêmico da atualidade, mas, principalmente, desafiador para a plateia, o que a levará a encarar os próprios preconceitos (90min). 14 anos. Estreou em 27/9/2019.

+ Centro Cultural São Paulo — Sala Jardel Filho. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso. Nesta sexta (18) e sábado (19), 21h; domingo (20), 20h. Grátis. Ingressos distribuídos uma hora antes. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 20,00. Até 17 de novembro. A partir de sexta (25).

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