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“As Brasas”, de Sándor Márai: além da honra masculina

Publicado em 1942, romance ganhou adaptação de Duca Rachid, Julio Fischer e Pedro Brício que fornece ferramentas para documentar comportamento de uma época.

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 10 out 2018, 16h20 - Publicado em 10 out 2018, 16h15

Pouco conhecido no Brasil, o escritor húngaro Sándor Márai (1900-1989) é autor de romances memoráveis, como Divórcio em Buda, O Legado de Eszter e De Verdade. Esse último ganhou, inclusive, uma versão nos palcos paulistanos protagonizada pelo ator João Paulo Lorenzon, em 2012. Outro título fundamental de sua obra, As Brasas, publicado em 1942, recebeu adaptação de Duca Rachid, Julio Fischer e do também diretor Pedro Brício e confirma que a grande literatura fornece ferramentas para documentar o comportamento de uma época.

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O drama em questão é ambientado em 1940, em meio à guerra, quando dois homens se reencontram depois de quatro décadas. Henrik (interpretado por Herson Capri) e Konrad (papel de Genézio de Barros) foram amigos inseparáveis desde a infância e enfrentaram sem abalos as diferenças econômicas e de interesses culturais. Algo, no entanto, aconteceu em 1899 e envolveu Krisztina, mulher de Henrik. Os dois nunca mais se viram e uma suspeita atormenta o agora viúvo. Teria sido ele traído pelo amigo e pela mulher?

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Os adaptadores foram delicados ao transformar as palavras de Márai em dramaturgia. A dúvida é um elemento importante da trama, mas, acima de tudo, tem-se uma história de amizade e fidelidade entre homens que não foram estimulados a exercitar os sentimentos. Essa questão, um tanto abstrata, é muito bem levada ao palco, principalmente na interpretação de Genézio de Barros. O ator se sobrepõe a um econômico Capri — que, é claro, defende um personagem mais difícil — e explora diferentes nuances nas entrelinhas de Konrad.

A violoncelista Nana Carneiro da Cunha, responsável pela execução da trilha ao vivo, participa também como atriz ao representar as falas femininas. Essa opção enfraquece o imaginário em torno de Krisztina, mas não compromete o resultado de uma abordagem rara sobre o universo masculino (75min). 14 anos. Estreou em 29/9/2018.

+ Teatro do Sesc Santana. Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 30,00. Até 4 de novembro. Não haverá apresentação nesta sexta (12).

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