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“Cais ou da Indiferença das Embarcações” faz muito com pouco

No final de outubro do ano passado, um espetáculo com o enigmático título de Cais ou da Indiferença das Embarcações estreou de mansinho no subsolo do Instituto Cultural Capobianco, ali perto do Anhangabaú. As sessões realizadas nas segundas e terças-feiras duram mais de três horas e não inibiram os espectadores que, desde então, lotam os […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 10h35 - Publicado em 6 jun 2013, 20h39

Rose de Oliveira e Walter Portella na montagem da Velha Companhia (Foto: Ligia Jardim)

No final de outubro do ano passado, um espetáculo com o enigmático título de Cais ou da Indiferença das Embarcações estreou de mansinho no subsolo do Instituto Cultural Capobianco, ali perto do Anhangabaú. As sessões realizadas nas segundas e terças-feiras duram mais de três horas e não inibiram os espectadores que, desde então, lotam os trinta lugares disponíveis para ver a montagem da Velha Companhia.

Ok, mas são apenas trinta lugares, você vai pensar. Pois saiba que muitas peças, nos finais de semana, mal reúnem trinta pagantes por dia. O boca a boca crescente em torno do drama épico escrito e dirigido por Kiko Marques é compreensível. Trata-se realmente de um espetáculo arrebatador. Não apenas por sua história, que atravessa seis décadas para enfocar três gerações de uma família, mas pela forma como a encenação extremamente simples reproduz a trama ambientada na Ilha Grande. O autor partiu de suas lembranças de infância e adolescência passadas no litoral fluminense para construir uma teia de relações marcadas pela morte.

No final da década de 20, a garotinha Magnólia (interpretada por Tatiana De Marca) conhece um rapaz já crescido (o ator Marcelo Marothy), e os dois, sem maiores explicações, se apaixonam. A Revolução de 30 e a instituição do Estado Novo afastam a possibilidade de um reencontro nos verões seguintes, tempo suficiente para ela se casar com outro, ser mãe e se ver impedida de viver a paixão.

Quem traz essa história à tona – e as consequências disso para os descendentes de Magnólia – é o ator Walter Portella, na pele de um narrador que representa metaforicamente um barco, cenário de momentos marcantes da vida dos personagens. Efeitos especiais ou recursos mais sofisticados são dispensados. A luz é representada por uma bexiga, por exemplo, e o afinado elenco apresenta a narrativa fragmentada sem confundir o espectador com o vai e vem do tempo. Em cena estão dois músicos e doze atores, entre eles Alejandra Sampaio, Marco Aurélio Campos, Marcelo Laham (em revezamento com Luciano Gatti), Maurício de Barros, Patrícia Gordo e o autor. Escolha um dia em que você estiver um pouco menos cansado da batalha diurna. Cais ou da Indiferença das Embarcações vale muito a pena.

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