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Cães que dormem no quarto do dono têm comportamento menos destruidor

O zootecnista Alexandre Rossi fala sobre resultados de sua pesquisa

Por Alexandre Rossi
Atualizado em 19 nov 2018, 12h37 - Publicado em 5 nov 2018, 14h58

A APDT, ou Associação de Adestradores Profissionais de Cães, é a maior comunidade de adestradores do mundo, pois conta com mais de 5 000 associados. Todo ano, promove uma conferência nos Estados Unidos, que tem o objetivo de reunir profissionais de vários países para debater temas relacionados a treinamentos de cachorros e a comportamento animal.

Este ano, a conferência ocorreu em Memphis, no Tennessee. Foram cinco dias de palestras com especialistas renomados da área, além de eventos com premiações, sessão científica, feira de produtos e atividades voltadas para estimular a interação entre os presentes.

Apresentação

Tive a oportunidade de falar sobre uma recente pesquisa que conduzimos, cujos resultados nos mostraram uma associação entre o local onde os cães passam a noite e a ocorrência de comportamentos como latir e destruir objetos quando estão sozinhos, além de rosnar e morder pessoas.

A pesquisa foi feita através de um questionário compartilhado em mídia social. Mais de 60 000 pessoas participaram, o que é considerado um número relevante para esse tipo de análise. O questionário continha perguntas relacionadas a comportamentos problemáticos e também aos locais onde os cães podiam dormir à noite (no quarto, dentro ou fora de casa).

Os resultados trouxeram informações interessantes: cães que podem dormir no quarto do tutor durante à noite apresentam, com menor frequência, o comportamento de destruir objetos quando estão sozinhos, se comparados com aqueles que ficam dentro de casa, mas não podem dormir no quarto. E menos ainda do que cachorros que não podem dormir dentro da casa, ou seja, que ficam no quintal.

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Quanto aos comportamentos de latir em excesso quando estão sozinhos, além de rosnar e latir para as pessoas, verificou-se uma frequência menor de sua ocorrência quando os cães permanecem dentro de casa durante a noite, não havendo grande diferença se for dentro ou fora do quarto.

O que há de novo nestes resultados?

A associação esperada por grande parte dos especialistas em animais de estimação é que cães que dormem com seus tutores seriam mais mimados e, portanto, apresentariam mais sinais de ansiedade de separação e comportamentos agressivos direcionados a outras pessoas, mas o que foi encontrado foi justamente o inverso.

Portanto, ao contrário do senso comum, cães que dormem mais perto de seus tutores, na média, choram ou latem menos quando estão sozinhos e demonstram menos agressividade (rosnar ou morder) contra pessoas.

Novas pesquisas

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Pelos resultados da pesquisa, parece que a melhor conduta seria, justamente, deixar que cães durmam próximo de seus tutores durante a noite, mesmo que eles já apresentem alguns sintomas de ansiedade de separação, como latir em excesso e destruir objetos.

Mas uma resposta definitiva para essa pergunta talvez só seja possível através de outros estudos, já que uma associação não necessariamente significa uma relação de causa e efeito. Nesse sentido, por exemplo, não podemos afirmar que o fato de dormir fora da residência seja a causa de mais destruição de objetos pelos cães, pois eles podem ter sido impedidos de ficar dentro de casa justamente por serem destruidores.

Discutimos após a apresentação o quanto deve significar para um cão poder ficar mais próximo de sua família (de humanos, no caso) e como isso poderia deixá-lo mais preparado para lidar com a separação. Outro ponto levantado foi de que os cães que estão mais próximos de seus tutores têm mais chances de serem educados no dia a dia e no momento correto. Por último, também foi levantado que cachorros que podem ter acesso aos locais onde o tutor passa muito tempo, como na cama, tendem a ficar mais tranquilos quando sozinhos.

Como grande parte das pesquisas, trouxemos um pouco de informação e suscitamos muitas outras perguntas. Além da vontade de entendermos melhor os cães e suas necessidades, respostas para essas perguntas podem mudar radicalmente o que especialistas recomendam, além de afetarem o relacionamento dos cães e de seus tutores.

Por Alexandre Rossi, zootecnista, especialista em comportamento animal e sócio-fundador da Cão Cidadão.

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Alexandre Rossi, zootecnista (Divulgação/Divulgação)
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