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Casal publica fotos inéditas de homens apaixonados entre 1850 e 1950

Hugh Nini e Neal Treadwell são responsáveis pela coleção que deu origem ao livro “LOVING - A Photographic History of Men in Love 1850s-1950s”

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 out 2020, 17h33 - Publicado em 7 out 2020, 17h23

Hugh Nini e Neal Treadwell são responsáveis por uma coleção de imagens nunca antes publicadas de homens apaixonados entre 1850 e 1950. A jornada do casal começou em uma loja de antiguidades em Dallas, nos Estados Unidos. Lá, viram uma fotografia de dois homens inconfundivelmente apaixonados. 

O casal enxergou a si mesmo na imagem encontrada. Nenhum deles esperava que a tal fotografia seria a primeira de uma coleção de outras 2 800. E nem que publicassem seu próprio livro, “LOVING – A Photographic History of Men in Love 1850s-1950s” (Amando – Uma história fotográfica de homens apaixonados, em tradução livre). Em reportagem, o jornal norte-americano The Washington Post contou essa história. 

Os dois passaram a falar da obra como uma “coleção acidental”. A cada ano, enquanto viajavam pela Europa, Canadá e Estados Unidos, vasculhavam caixas de fotos em mercados de pulgas e lojas de antiguidades em busca de mais fotos de homens apaixonados.

No início, a coleção era composta apenas por imagens em que eles sentiam alguma conexão. Eventualmente, começaram a fazer buscas mais ativas na internet, em vendas de imóveis e em arquivos de família.

Amor a primeira vista: pelo olhar, Nini e Treadwell identificavam homens apaixonados (Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)

Os dois chegaram a escrever sobre o momento em que encontraram a primeira foto. “Nossa coleção começou há vinte anos, quando encontramos uma foto antiga que pensamos ser única. O ponto central da foto era dois jovens, se abraçando e olhando um para o outro – claramente apaixonados. Ela parecia olhar para nós. Naquele momento singular, aquilo nos refletiu de volta para nós mesmos. Esses dois jovens, em frente a uma casa, se abraçavam e se olhavam de uma maneira que só duas pessoas apaixonadas fariam. Namorados por volta de 1920, os rapazes estavam vestidos de maneira comum; o cenário era suburbano e aberto. A expressão aberta do amor que compartilharam também revelou um momento de determinação. Tirar essa foto, numa época em que seriam menos compreendidas do que hoje, não aconteceu sem correr alguns riscos. Ficamos intrigados com o fato de o retrato ter sobrevivido até o século XXI. Quem são eles? E como a fotografia acabou em uma loja de antiguidades em Dallas, Texas, junto com um estoque de fotos vintage comuns?”

A segunda foto foi encontrada em uma leilão online. Era minúscula, do tamanho de uma miniatura, e retratava dois jovens soldados por volta de 1940. Segundo eles, o olhar entre os homens era igual ao que viram na primeira imagem da coleção. As palavras “sempre seu” estavam gravadas na moldura ao redor da fotografia.

A primeira imagem é de 1850 e a coleção abrange, no total, 100 anos de história, incluindo imagens da Guerra Civil dos Estados Unidos e da Segunda Guerra Mundial. Elas são de todos os lugares do mundo e nem todas são fotografias convencionais. Elas variam entre daguerreótipos, negativos de vidro, estanho, cartões-postais, entre outros.

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A placa diz: não somos casados, mas pretendemos ser (Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)

Nini e Treadwell explicaram no livro como eles fizeram para determinar se os homens presentes nas fotos estavam apaixonados. “Na hora de decidir adquirir ou não uma foto ou snapshot, temos uma regra que seguimos. Chamamos ela de regra 50/50: precisamos acreditar que é pelo menos 50% provável que estejamos olhando para dois homens romanticamente envolvidos. Existem poucas imagens 50/50 em nossa coleção e nenhuma em nosso livro. O que determina se vamos ou não adquirir uma foto às vezes pode ser um abraço que não deixa dúvidas de que o relacionamento vai além da amizade ou do carinho. Quando possível, porém, há uma maneira de determinar se uma foto é ‘amorosa’. Nós olhamos em seus olhos. Há um olhar inconfundível de duas pessoas apaixonadas. Você não pode criá-lo. E se está passando por isso, não pode esconder”. 

Encontrar essas fotos é uma espécie de missão de resgate para Nini e Treadwell. Eles se veem como administradores dessas imagens que antes estavam perdidas. O casal não compartilhou sua coleção com ninguém até agora. O principal motivo é por acharem que ninguém iria querer vê-la. Para surpresa de ambos, a resposta à publicação foi muito positiva e, em algumas vezes, emocional.

As imagens repercutiram em públicos de todas as idades, sexos e orientações. Os dois tem a expectativa de ver sua coleção em uma exposição itinerante ou museu e continuam em busca de novas imagens. Eles consideram até um segundo volume que incluiria as centenas de imagens de militares que adquiriram.

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A menor foto da coleção: o tamanho é próximo de uma unha (Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)

Nini e Treadwell, em uma reflexão sobre o resultado da obra, escreveram: “Até esta coleção, pensávamos que a noção de nós como um casal apaixonado era ‘nova’. O que aprendemos com nossa coleção é que não somos novos. Nós e outros casais como nós, homens e mulheres, somos a continuação de uma longa linha de casais amorosos que provavelmente existiram desde o início dos tempos”.

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Veja a seguir algumas das fotografias resgatadas pelo casal.

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(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)
(Reprodução/Coleção Nini-Treadwell/Washington Post/Divulgação)

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