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Por Arnaldo Lorençato
O editor-sênior Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Entrevista: ceramista Hideko Honma expõe em um dos mais importantes museus de Portugal

Não é a primeira vez que falo de Hideko Honma aqui no blog. A ceramista, que faz um belo trabalho com peças utilitárias encontradas em vários restaurantes de São Paulo, está de malas prontas. Ela vai para Lisboa participar de uma mostra coletiva no Museu Calouste Gulbenkian entre de 19 a 23 de junho. Neste ano, […]

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Atualizado em 26 fev 2017, 15h59 - Publicado em 14 jun 2015, 13h41
HIdeko: terceira exposição no exterior, desta vez no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa (Foto: Edson Kumasaka)

HIdeko: terceira exposição no exterior, desta vez no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa (Foto: Edson Kumasaka)

Não é a primeira vez que falo de Hideko Honma aqui no blog. A ceramista, que faz um belo trabalho com peças utilitárias encontradas em vários restaurantes de São Paulo, está de malas prontas. Ela vai para Lisboa participar de uma mostra coletiva no Museu Calouste Gulbenkian entre de 19 a 23 de junho. Neste ano, o tema do evento é “O Japão e o Mundo Ocidental”.

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A exposição faz parte do 59º. Encontro dos Descobrimentos, cuja abertura acontecerá no hotel Vila Galé Ópera. Única representante do Brasil, Hideko estarará ao lado de artistas de Portugal, Japão, Itália, Espanha e Finlândia. Para realizar os vinte trabalhos da exibição — a partir da milenar técnica da cerâmica japonesa que aprendeu em Arita, considerada o berço da porcelana, na província de Saga — a representante paulista usou apenas matérias-primas tipicamente brasileiras, que aparecem no acabamento vitrificado de cada uma das peças.

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A seguir, estão os principais trechos da entrevista que fiz com ela:

Qual a importância de expor em lugar como o Museu Calouste Gulbenkian?
A Fundação Calouste Gulbenkian desenvolve uma atuação transversal abrangendo cinco áreas de atividade:  Artes, Educação, Ciência, Desenvolvimento e Iniciativas Globais.  Ao lado de um acervo museológico valioso e de um Centro de Arte Moderna, ela incentiva projetos investigativos, que trazem à tona questões relacionadas à ciência da terra e do espaço e também ao solo. Fazer parte destas ações mostrando as experiências que realizei ao longo da minha  profissão como ceramista no Brasil é extremamente gratificante. Sinto que estou caminhando bem. Sinto-me enormemente honrada.

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Como foi feito o convite?
O convite partiu do Centro Internacional da Cultura (CIC), com sede em Lisboa. O CIC realiza o Encontro dos Descobrimentos, cujo tema em 2015 é O Japão e o mundo Ocidental. Brasil, Portugal, Japão, Itália, Espanha e Finlândia participam do encontro. A homenagem e a exposição acontecem em função do trabalho que desenvolvo divulgando a cultura e técnica da cerâmica do Japão no Ocidente .

A cerâmica é viva, tem memória, é impregnada de sensações

Poucos brasileiros sabem da ligação entre Portugal e Japão. As peças que você leva para a exposição retratam de alguma forma esse vínculo?
A cerâmica é viva, tem memória, é impregnada de sensações. No ano passado, quando aceitei a proposta, iniciei uma criação voltada para esta finalidade. Em uma das peças que estarão na mostra, por exemplo, criei pares de asas, pequenas e delicadas asas. Para mim,  elas remetem a um singelo voo, que representa a amizade que existe entre esses países.

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Os objetos tem um acabamento feito a partir de cinzas de podas de vegetação brasileira

Como você concebeu o trabalho para essa mostra?
Na mostra, apresento  uma seleção de objetos feitos de terra, suor, ar e fogo  – o fogo a 1.30oº C. Todos  os objetos tem um acabamento feito a partir de cinzas de podas de vegetação brasileira. São cinzas de grama, bananeira, bambu, palha de arroz e de cafezal. Eu reúno em cada peça  a  milenar técnica da cerâmica japonesa com  essa técnica de acabamento, que desenvolvi no Brasil utilizando matéria prima brasileira e cujo resultado é uma aparência vitrificada única. A técnica e o rigor são do Japão, tudo mais é do Brasil.

Você criou as peças seguindo uma temática ou uma única fonte de inspiração?
A minha inspiração é a rica matéria-prima que encontro no Brasil, suas possibilidades de cor, textura e a temperatura da fusão destes materiais. E são também as infinitas formas que transitam nos meus sonhos, mesmo acordada, enquanto torneio objetos úteis e básicos do meu cotidiano.

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São diferentes processos de criação, mas o resultado é sempre a união das minhas duas pátrias

Quantas peças estarão expostas?
Estarão expostas 20 peças. São objetos de processo e experiência e objetos utilitários. São peças que, muitas vezes, levei semanas para criar a forma e depois reproduzi-las no barro. Outras vezes, eu não tinha a peça imaginada antecipadamente, mas ela surgia na medida em que eu ia modelando o barro, trabalhando no torno. São diferentes processos de criação, mas o resultado é sempre a união das minhas duas pátrias.

É sua primeira exibição internacional?
Não, não é minha primeira experiência internacional. Minha primeira exposição fora do Brasil aconteceu há 10 anos em Arita, onde aprendi tudo o que sei sobre cerâmica, e em Saga. São duas importantes cidades japonesas com tradição na cerâmica.  Na verdade, Arita é o berço da porcelana no Japão. A segunda exposição fora do país aconteceu em Tóquio a convite da Embaixada do Brasil, em 2013.  Esta, portanto, é minha terceira exposição internacional.

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