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Um blog sobre os interesses da geração Z escrito por Camila Pusiol, Gabriela Santos e Guilherme Queiroz.
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Ilustrador transforma rappers brasileiros em super-heróis

Criado em parceria com youtuber, o projeto ganhará uma exposição em outubro

Por Henrique Nascimento
Atualizado em 22 set 2018, 08h59 - Publicado em 20 set 2018, 13h08

Já imaginou o Mano Brown sob o traje felino do Pantera Negra? Fera no palco à frente dos Racionais MC’s há trinta anos, o artista é um dos rappers brasileiros escolhidos para fazer parte do projeto Rap em Quadrinhos, onde artistas são retratados como super-heróis. Desenvolvido pelo ilustrador Wagner Loud em parceria com o youtuber Gil Santos, mais conhecido como LØAD, do canal LØAD Comics, a ideia surgiu há quase um ano, virando realidade há algumas semanas.

Imersa na cultura pop, a dupla se conheceu durante a edição de 2016 da Comic Con Experience, evento que ocorre anualmente e reúne fãs de quadrinhos, vídeo-games, séries de TV e filmes, entre outros. “Ano passado, eu fiz uma série chamada Punk Rock em Quadrinhos, onde colocava bandas de punk e harcore em capas de quadrinhos da Marvel”, conta Loud. A série foi exposta na Central Panelaço (Rua Conselheiro Carrão, 451 – Bela Vista), misto de loja, bar e restaurante pertencente ao músico João Gordo. “O LØAD foi lá fazer uma matéria para o canal dele e, no mesmo dia, a gente teve um estalo sobre o rap”.

O primeiro a ganhar uma ilustração foi Emicida, retratado como Miles Morales, o novo Homem-Aranha. Negro e de origem hispânica, o personagem surgiu em 2011 e passou a usar o uniforme do herói após a morte do Homem-Aranha original, Peter Parker, nos quadrinhos.

Escolhido para dar início no projeto: Emicida se tornou Miles Morales, o novo Homem-Aranha, que é negro e tem ascendência hispânica (Wagner Loud/Divulgação)

Engana-se quem pensa que as representações são escolhidas ao acaso: “Nós sempre tentamos traçar um paralelo entre o artista e o personagem. Tem que ter alguma coisa a ver, senão fica apenas o desenho pelo desenho”, esclarece Loud. Morto com quatro tiros em 2003, Sabotage também ganha a sua homenagem, sendo retratado como o Dr. Manhattan, da série Watchmen: “Sempre à frente do seu tempo, ninguém sabia muito bem o que ele estava fazendo e quando víamos, ele já havia mudado toda a realidade do rap. Acho que conseguimos ir além nesse”, orgulha-se.

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Líder dos Racionais MC’s, Mano Brown não ficou de fora e foi transformado no Pantera Negra, personagem que ganhou notoriedade esse ano após o lançamento do seu primeiro filme, em março. Inspirado em uma arte original dos quadrinhos, Loud também transformou Marcelo D2 e BNegão, ex-membros do Planet Hemp, em Wolverine e Hulk, respectivamente.

Algumas das ilustrações são inspiradas por artes originais, como a de Marcelo D2 como Wolverine e BNegão como Hulk (Wagner Loud/Reprodução/Divulgação)

Mas nem só de lendas masculinas do rap nacional vive o projeto. Negra Li, cantora com mais de vinte anos de carreira, foi transformada na Tempestade, dos X-Men; já Drik Barbosa, uma das vocalistas do grupo Rimas & Melodias, formado integralmente por mulheres, e que lançou seu primeiro EP solo, Espelho, no começo do ano, foi retratada como Riri Williams, uma jovem superdotada que, sozinha, cria uma armadura similar à do Homem de Ferro e assume a identidade do herói.

“[O rap] ainda é bastante masculino, mas bem menos do que há dez anos. Você vê mais mulheres no rap, cantando, batalhando, lançando coisas novas. Acho que, como um todo, a mulher precisa de mais espaço, não só no rap, mas nas artes em geral”, defende o ilustrador. Assim como Sabotage, outra homenageada é Dina Di, vocalista do grupo Visão de Rua morta em 2010, vítima de infecção hospitalar contraída após dar à luz a sua primeira filha.

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Despontando na cena rap nacional após lançar seu primeiro EP, Drik Barbosa foi transformada em Riri Williams, a jovem superdotada que constrói a sua própria armadura do Homem de Ferro e assume a identidade do herói (Wagner Loud/Divulgação)

O projeto começou com dez capas, desenhadas em um período de duas semanas. Empolgados com a repercussão, os parceiros decidiram dar continuidade, desenvolvendo mais dez novas ilustrações. Dezenove delas já estão disponíveis – na galeria abaixo você pode conferir todas elas. A 20ª será disponibilizada apenas no dia de abertura da exposição, prevista para a segunda quinzena de outubro, no berço da ideia, a Central Panelaço.

Durante a exposição, as peças autografadas pelos artistas representados deverão ser vendidas e o dinheiro arrecadado será revertido para o coletivo Imargem, do Grajaú, que ensina jovens interessados na arte do grafite. Além disso, Loud conta que estão nos planos debates e rodas de conversa sobre o trabalho, para discutir música, arte e representatividade. “Para mim, se o rap ganhar um ouvinte e os quadrinhos um leitor novo por causa do projeto, eu já fico feliz para caramba”, finaliza.

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