Peer Gynt
- Direção: Gabriel Villela
- Duração: 110 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Não se deixe influenciar pelo horário vespertino. Escrito pelo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), Peer Gynt é um clássico adulto e bastante ousado para a segunda metade do século XIX. Ali, encontra-se um protagonista ambíguo, de imaginação fértil e caráter duvidoso. Sob a direção de Gabriel Villela, a peça ganha uma linguagem abrangente, em um misto de comédia e poema dramático, que provoca os jovens, mas agrada também aos maiores de idade. Com a habitual desenvoltura, Chico Carvalho interpreta o personagem-título, o anti-herói que sonha ser o imperador de si mesmo e ter suas vontades prevalecidas. Para isso, ele deixa para trás o carinho de sua mãe (Maria do Carmo Soares, em expressiva composição) e o amor da bela Solveig (papel de Helô Cintra), mas, ao longo das andanças pelo mundo, percebe que, mesmo com o bolso cheio, não alcançou a felicidade plena. Villela reúne as principais características de suas encenações, como figurinos e cenários capazes de encher os olhos, e uma trilha sonora que, desta vez, dialoga com a dramaturgia. De Lennon e McCartney aparecem Help, Yellow Submarine e All You Need Is Love, mas também têm espaço as nacionais Lapinha, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, e Pierrô Apaixonado, de Noel Rosa. Com outros treze atores, como Nábia Villela, Luciana Carnieli, Romis Ferreira e Daniel Mazzarolo. Estreou em 29/9/2016.