Lula, o Filho do Brasil
- Direção: Fabio Barreto
- Duração: 128 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil
- Ano: 2009
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Sem dúvida, a vida do
presidente da República daria um filme. Nascido
no agreste pernambucano e caçula de uma família
miserável, Lula é um fenômeno único de
superação. Não dá para acreditar, contudo, que
uma história tão rica e dramática tenha se transformado
em um melodrama insosso, frio e esquemático.
Sua chegada aos cinemas coincide
justamente com ano eleitoral e a fita, chapabranquíssima,
pode ajudar na propaganda de
candidatos apoiados pelo antigo líder sindical
que é transformado em santo popular. Grande
parte do equivocado projeto vem da própria origem
— o livro homônimo de Denise Paraná, no
qual o roteiro se baseia, é um compilado de clichês
que resume a vida de Lula entre altos e
baixos, omitindo passagens importantes de sua
vida pessoal. A trama tem início de forma promissora
e flagra a vida humilde de sua mãe,
Lindu (Glória Pires), e os filhos em Pernambuco.
Abandonada pelo marido agressivo (papel de
Milhem Cortaz), que se mandou para São Paulo,
Lindu decide segui-lo anos depois. Após uma
breve estada em Santos, pega a filharada para se
instalar na capital paulista. São curiosas e afetivas
as passagens de Lula na infância e na adolescência,
sobretudo pelas carismáticas atuações
de Felipe Falanga e Guilherme Tortolio. A fase
adulta, porém, cai em marasmo e Rui Ricardo
Diaz, embora fisicamente semelhante, se atrapalha
ao tentar reproduzir a dicção de Lula. Estreou
em 1º/1/2010.