Lembranças
- Direção: Allen Coulter
- Duração: 128 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: EUA
- Ano: 2010
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Se recusasse o personagem de Edward Cullen na saga
Crepúsculo, o londrino Robert Pattinson talvez estivesse
encostado em algum seriado de TV ou atuando como
coadjuvante. Mas o papel daquele doce vampiro fez dele
realmente um astro e hoje, aos 23 anos, o moço assina seu
primeiro longa-metragem como produtor executivo.
Lembranças pretende explorar um lado, digamos, dramático de
Pattinson. No entanto, cerca-se de ladainhas e torna-se arrastado.
As fãs certamente vão suspirar e derramar duas ou três lágrimas
no fim da sessão. Mas não se deixe enganar: embora bonitinho e
esforçado, Pattinson mostra-se cada vez mais ordinário na arte de
atuar e truqueiro para fisgar as plateias jovens.
Ambientada na Nova York de 2001, a trama apresenta os
conflitos de Tyler (Pattinson). Nascido numa família rica, ele é
o estereótipo do rebelde desajustado. Não tem profissão, estuda
esporadicamente, fuma e bebe muito e só recebe desprezo do
pai (Pierce Brosnan). Há um motivo trágico para isso: na
adolescência, o rapaz perdeu o irmão mais velho num acidente.
Na outra ponta da história está Ally (Emilie de Ravin), moça ainda abalada pela morte da mãe, assassinada dez anos antes.
Tyler possui uma causa torpe para conquistar Ally, mas a
brincadeira se transforma em amor de verdade. Se apostasse
num drama familiar na linha de Gente como a Gente (de1980,
dirigido por Robert Redford), talvez o filme atingisse a carga
emocional pretendida. Do jeito que foi feito, entre o ameno
e o previsível, não contenta crepusculomaníacos nem o restante
da plateia. O estrago, no entanto, não é gigante: os dez minutos
finais são invadidos por uma ideia estimulante, original,
comovente. Pena que seja tarde demais. Estreou em 12/3/2010.