Jair Naves
- Ano: 2015
Resenha por Juliene Moretti
Depois de liderar uma das bandas independentes mais cultuadas da década passada, a Ludovic, e fazer uma robusta estreia solo com E Você Se Sente numa Cela Escura, Planejando a Sua Fuga, Cavando o Chão com as Próprias Unhas (2012), o brasiliense pode se orgulhar da obra que construiu até aqui e de ter encontrado uma identidade muito própria. Ele é reconhecido pela estranha prolixidade de seus versos, que parecem nunca se concluir e precisam ser apressados para caber na métrica, e pela voz de alcance limitado, mas sempre carregada de legítima emoção. Ele abandona a angústia do último álbum para abraçar o otimismo em Trovões a Me Atingir (2015), que mostra mais uma vez na cidade. A delicadeza dos arranjos de Prece Atendida e Deixe/Force em nada lembra os arroubos furiosos presentes nos trabalhos com a antiga banda e dá sinal de um promissor novo caminho. Dia 21/2/2016.