Isto Não É um Filme

Tipos de Gêneros dramáticos: Documentário
VejaSP:
  • Direção: Jafar Panahi e Mojtaba Mirtahmasb
  • Duração: 75 minutos
  • Recomendação: 12 anos
  • País: Irã
  • Ano: 2011

Resenha por Miguel Barbieri Jr

No início deste mês, o diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf
(“A Caminho de Kandahar”) participou do encerramento da
Mostra Internacional de Cinema para receber um prêmio e pedir
ajuda. Queria que os cineastas presentes, entre eles Walter Salles e
Hector Babenco, endossassem um abaixo-assinado exigindo
liberdade aos intelectuais presos em seu país — o documento
seria, então, encaminhado à presidente Dilma Rousseff. Jafar
Panahi, de 51 anos, é um dos diretores que peitam, na medida do
possível, o regime autoritário do presidente iraniano Mahmoud
Ahmadinejad. Condenado à prisão por seis anos e impedido de
filmar por duas décadas, Panahi revelou-se um símbolo da
resistência ao realizar, entre quatro paredes, esse documentário.
Festejado ou premiado nos principais festivais internacionais, o
realizador de “O Balão Branco” (1995), “O Círculo” (2000) e “Ouro
Carmim” (2003) conseguiu mandar, clandestinamente e via pen
drive, uma cópia de seu novo trabalho a Cannes, em maio. Mojtaba
Mirtahmasb, codiretor da fita, serviu de pombo-correio. Caseiro e simples, porém profundo em sua crítica, o registro foi
feito no apartamento de Panahi, em Teerã, durante sua prisão
domiciliar. Uma câmera de vídeo digital flagra-o tomando café da
manhã, conversando com a advogada, alimentando sua iguana de
estimação, revendo suas obras… Surge, então, uma ideia: fazer um
“não filme”. Mirtahmasb aparece para rodar a produção. “Não
posso filmar, escrever roteiros ou dar entrevista, mas ninguém me
impediu de atuar ou de ler roteiros”, diz Panahi. Com uma fita
crepe, ele delimita os espaços do cenário num tapete e narra sua
próxima história: a da moça prestes a entrar na faculdade que fica
trancafiada em casa pelos pais fundamentalistas.
Próximo ao desfecho, um rapaz aparece para pegar o lixo e, numa
conversa de elevador, esse estudante de arte revela seus dissabores
com o regime de Ahmadinejad. O personagem viria do acaso ou de
uma encenação? Pouco importa. Nas mãos de Panahi, seu retrato
casual virou uma poderosa arma contra a censura e o totalitarismo. Estreou em 02/12/2011.

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