Henrique Oliveira no Anexo Millan
Resenha por Julia Flamingo
Na 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, Henrique Oliveira apresentou A Origem do Terceiro Mundo, uma instalação gigantesca em que convidava o público a passear dentro de um túnel formado por compensados de madeira, que montava o formato de uma vagina. Em 2014, no MAC, as lascas de madeira cobriram uma obra ainda mais extraordinária. Em Transarquitetônica, os visitantes vagavam por corredores que ocupavam uma sala de 1600 metros quadrados. Em sua nova individual, Oliveira decidiu ocupar o Anexo Millan com trabalhos muito menores, sem diminuir em nada a qualidade das produções. O artista segue sua pesquisa anterior, à exemplo da escultura de parede coberta de madeirite. Porém retorna às suas raízes de pintor, apresentando pinturas tridimensionais. Com um amontoado de papel machê, o mineiro faz com que camadas densas de cores pulem, literalmente, para fora da tela. Outras duas esculturas também se mostram improváveis: um grande galho dobrado no formato de “U” e um grosso tronco de madeira com um nó no meio. Difícil é entender como Oliveira consegue tal proeza.