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Mundo: Reino Unido corre risco de 2ª onda de Covid-19 duas vezes maior

Surto pode surgir no próximo inverno do Hemisfério Norte caso escolas reabram sem um sistema mais eficiente de testes e rastreamentos, diz estudo

Por Agência Brasil
4 ago 2020, 16h11

O Reino Unido terá uma segunda onda de Covid-19 no próximo inverno do Hemisfério Norte duas vezes mais ampla do que o surto inicial se reabrir as escolas sem um sistema mais eficiente de testes e rastreamentos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (4).

Pesquisadores do University College e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres modelaram o potencial impacto de disseminação do coronavírus se as escolas forem reabertas, em período integral ou meio-período, permitindo que os pais voltem ao trabalho.

Concluíram que a segunda onda pode ser evitada se 75% das pessoas com sintomas forem identificadas e testadas e 68% de seus contatos forem rastreados, ou se 87% das pessoas com sintomas forem identificadas, e 40% dos contatos, testados.

“No entanto, também prevemos que, na ausência de uma cobertura suficientemente ampla para testagem-rastreamento-isolamento, a reabertura das escolas acompanhada da reabertura da sociedade em todos os cenários pode induzir uma segunda onda de covid-19”, afirmou o estudo, publicado no jornal científico The Lancet Child and Adolescent Health.

“Os resultados de nosso modelo sugerem que a completa reabertura das escolas em setembro de 2020, sem uma estratégia eficiente de testagem-rastreamento-isolamento resultaria em uma taxa R acima de 1 (em que uma pessoa infectada transmite o vírus para pelo menos mais uma pessoa) e em uma segunda onda de infecções que chegaria ao pico em dezembro de 2020 e seria 2 ou 2,3 vezes maior do que a onda original de Covid-19.”

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A autora principal do estudo, Jasmina Panovska-Griffiths, disse que o sistema de testagem e rastreamento da Inglaterra estava chegando atualmente a apenas 50% dos contatos das pessoas que testaram positivo.

Panovska-Griffiths, professora de modelagem matemática na University College de Londres, disse à rádio BBC que os piores cenários ainda podem ser evitados.

“O importante do que descobrimos é que é possível evitar uma segunda onda da epidemia se um determinado número de pessoas com infecções sintomáticas for diagnosticada. Seus contatos podem ser rastreados e efetivamente isolados”, disse.

“Somos o primeiro estudo que quantificou isso, o quanto isso precisa ser feito no Reino Unido.”

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Escolas no Reino Unido fecharam em março, durante a quarentena nacional, exceto para crianças de trabalhadores essenciais, e reabriram para um pequeno número de alunos em junho.

No entanto, o governo diz que todos os alunos voltarão às escolas ao redor do Reino Unido até o começo de setembro, com o primeiro-ministro Boris Johnson dizendo que essa é uma prioridade do país.

“Eu acho que todos aceitamos que o teste e rastreamento é um programa que precisa continuar a melhorar. Há total humildade do governo em relação a isso”, disse o ministro júnior de governos locais Simon Clarke, à rádio BBC.

“Aceitamos completamente que precisamos continuar a fazer esses números subirem”, disse.

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